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ARAC: “ESPERAMOS PROATIVIDADE DO GOVERNO NA PROJEÇÃO INTERNACIONAL DA IMAGEM DO PAÍS COMO DESTINO SEGURO QUE SEMPRE FOI”
Ambitur


A atividade do turismo abarca vários segmentos diferentes e a Ambitur.pt tem estado por isso a falar com as várias associações do setor para perceber de que forma a pandemia da Covid-19 tem estado a impactar as suas empresas. Joaquim Robalo de Almeida, secretário-geral da ARAC – Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor, não hesita em afirmar que 2021 deve ser encarado com “determinação, resiliência, esperança e algum otimismo”. E explica que os apoios financeiros disponibilizados até à data “têm sido insuficientes” mas acrescenta que a “situação mudará com as medidas anunciadas” pelo ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital na semana passada. No entanto, destaca pela positiva as medidas implementadas desde o início da pandemia, como as linhas de crédito bancárias, as linhas de apoio à tesouraria das empresas e as linhas de apoio às empresas que “têm sido de grande utilidade para as empresas, embora com uma componente a fundo perdido muito pequena ou inexistente”.

No caso daatividade de rent-a-car, o dirigente associativo admite que a atual crise está a afetar de forma transversal todas as empresas, independentemente da sua dimensão. E revela que as empresas associadas da ARAC “têm mostrado uma grande resiliência” mas que, devido à insuficiência dos apoios disponíveis, a situação poderá alterar-se. “É urgente que o Governo conceda apoios mais significativos, pois os atuais são insuficientes, de modo a que as empresas possam sobreviver, manter os postos de trabalho e estarem preparadas para a retoma do Turismo, a qual pensamos irá ser lenta e gradual, depois da queda abrupta daquela que foi a alavanca das exportações portuguesas nos últimos anos”, frisa o responsável.

Medidas mais robustas
A ARAC espera pois que o Governo continue a dedicar uma especial atenção ao setor do turismo, onde se enquadra a atividade de rent-a-car. A associação salienta a importância das moratórias bancárias e, no que diz respeito a medidas de apoio ao emprego e manutenção de postos de trabalho, entende que deve ser criado um novo quadro de lay-off, algo que já foi anunciado pelo Governo.

As empresas deste setor também consideram importante medidas fiscais como a revisão do Imposto Sobre Veículos (ISV) e do Imposto Único de Circulação (IUC), algo que alerta ser de “vital importância para fazer face à concorrência com os demais países da União Europeia com um quadro fiscal muito mais favorável à atividade de rent-a-car face ao português, sobretudo quanto a comparação é feita com Espanha, o nosso concorrente mais direto”, aponta Joaquim Robalo de Almeida.

Além disso, a associação pede a aplicação de uma taxa de IVA intermédia, ou reduzida, à semelhança do que acontece nos transportes públicos, táxis, hotéis e restaurantes, ou mesmo dos transportes aéreos e marítimos, que têm taxa zero.

“Um desconfinamento seguro e responsável”
O responsável da ARAC defende pois um “desconfinamento seguro e responsável de modo a que possamos retomar a atividade atualmente estagnada ao nível do turismo e reduzida a valores mínimos no que respeita ao mercado empresarial e de clientela individual”. Claro que a vacinação é a grande esperança do momento, admite e constitui “um forte desafio aos Estados com o objetivo de salvar a população, quer em termos de saúde, quer em termos das respetivas economias, pois todos sabemos que quanto mais cedo o problema sanitário estiver resolvido, mais rápido será o relançamento da economia”.

No renta-car, há esperança e os empresários esperam que este ano se registe já alguma recuperação da atividade turística internacional, com o aumento de turistas internacionais em Portugal. Claro que para que isso aconteça a situação sanitária terá de estar controlada e, por isso, “os empresários de rent-a-car esperam proatividade do Governo na projeção internacional da imagem do nosso país como destino seguro que sempre foi e continuará a ser”. Joaquim Robalo de Almeida fala assim de uma “grande aposta na promoção, o regresso firme dos voos com turistas (os quais estão em todo o mundo ansiosos por voltar a viajar) e os contactos com os operadores turísticos (muito importantes para nos enviarem turistas)”.

Na atividade representada pela ARAC espera-se que o próximo verão assista já a uma recuperação de uma pequena parte do negócio do turismo internacional para que, de forma gradual, se possa regressar aos níveis de 2019. O dirigente associativo não duvida de que 2021 será um ano decisivo para Portugal, e para a Europa, esperando que seja o ano do início da recuperação económica assente no combate às alterações climáticas, no digital, na economia verde e acompanhado pela “resiliência do tecido empresarial, nomeadamente do Turismo, setor que pensamos que, vencido o período do medo, as pessoas voltarão a colocar as viagens no topo das suas prioridades, recuperando a confiança e impulsionando o consumo, de modo a que se crie riqueza e não aumentem desigualdades e crescimento do desemprego”. E não hesita em defender: “Portugal como país muito dependente do turismo tem o dever (maior do que outros países não tão dependentes do turismo) de proceder a um processo de vacinação célere, de modo a mostrar ao mundo que é um destino seguro”.