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Menos de metade das empresas têm grande resistência financeira
JORNAL DE NEGÓCIOS


Construção, serviços empresariais, tecnologias de informação e comunicação, serviços gerais e transportes são cinco setores que demonstram maior resistência financeira, numa análise feita pela Informa D&B, a que o Negócios teve acesso.

A resiliência financeira sinaliza, segundo explica a Informa D&B, a capacidade de uma empresa enfrentar um choque excecional e não previsto com impacto significativo no processo produtivo e/ou comercial. Nesta análise considerou-se uma escala de cinco níveis: resiliência financeira mínima, reduzida, média, média-alta e elevada.

Com base numa análise aos indicadores financeiros, a Informa D&B conclui que cerca de 40% das empresas do tecido nacional são consideradas resilientes, tendo um nível elevado ou médio-alto; estando no lado oposto um terço das companhias com níveis de resiliência mínimo ou reduzido, que, segundo a Informa D&B, “terá maiores dificuldades em ultrapassar a crise económica provocada pela pandemia”. Restam 28% com nível médio de resistência.

Nesta análise, a Informa D&B conclui ainda que as grandes empresas são as que têm maior resistência financeira. “As empresas de maior dimensão, muitas vezes com maiores economias de escala, processos mais automatizados e maior eficiência na utilização dos recursos, conseguem ser também as mais resilientes no setor em que operam – mais de 71% das grandes empresas têm um nível de resiliência elevado ou médio-alto.” Já nas microempresas é o oposto. Há mesmo 13% com resistência mínima, sendo 21% as que têm nível reduzido, enquanto apenas 38% têm um nível elevado ou médio-alto.

Por outro lado, a idade também pode contribuir para a resistência. A Informa D&B conclui que “quase metade das empresas com um nível de resiliência reduzido ou mínimo são jovens e, na sua maioria, são negócios de pequena dimensão”. Assim, só 25% das empresas com menos de um ano têm uma resistência elevada ou média-alta; enquanto 44% das empresas entre os 6 e os 20 anos estão nesse nível.

De igual forma, a Informa D&B viu que as empresas exportadoras resistem melhor a este tipo de embates do que as que vendem em exclusivo para o mercado interno. “Esta diferença pode justificar-se pela necessidade de estarem mais bem estruturadas para enfrentar os desafios das trocas comerciais com outros mercados”, diz a consultora. Por exemplo, na construção 58% das exportadoras têm níveis altos de resistência.

40%
RESISTENTES
40% das empresas em Portugal têm um nível de resiliência financeira elevada ou média-alta, segundo um estudo da Informa D&B.