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Portugal investe 4 milhões para ser parceiro da maior feira industrial do mundo em 2022
JORNAL DE NEGÓCIOS


É a "Liga dos Campeões" das feiras industriais, assegura Luís Castro Henriques, presidente da Aicep, e em 2022 vai ter Portugal como parceiro. O anúncio da participação de Portugal naHannover Messe, a maior feira do mundo dedicada à tecnologia industrial, foi feito esta quarta-feira pelo ministro da Economia, Pedro Siza Vieira.

Mostrar a tecnologia portuguesa ao mundo, aumentar as exportações e atrair investimento estrangeiro são alguns dos objetivos da participação no evento, sinalizou Siza Vieira. O investimento será de quatro milhões de euros, um valor "modesto para a notoriedade que nos vai trazer", sublinhou o ministro.
"Esta é uma notícia muito boa para Portugal e para a indústria portuguesa. A Hannover Messe recebe todos os anos 200 mil decisores, de praticamente todos os países do mundo, que identificam o que de melhor existe em termos de tecnologias de produção, equipamentos industriais, ferramentas e máquinas que possam ser utilizadas na indústria em todo o mundo. Não podia haver uma ação maior de promoção externa", destacou o governante durante a cerimónia de apresentação do acordo, que contou ainda com o embaixador da Alemanha em Portugal.
Segundo Siza Vieira, Portugal já tinha indicado à Alemanha a intenção "longínqua e ambiciosa" de ser parceiro da feira há dois anos, e até surgiu a oportunidade de sê-lo já em 2021. Mas a pandemia obrigou a adiar o calendário do evento. De acordo com o ministro, os países parceiros da Hannover Messe são, "normalmente, países que têm um setor industrial muito avançado tecnologicamente ou países que representam grandes mercados onde se pode investir, como os Estados Unidos, Brasil, China ou Suécia", pelo que a entrada de Portugal neste lote denota "a confiança que o Governo alemão" coloca em Portugal.

Aicep quer atrair centenas de empresas

A feira vai decorrer em abril de 2022, mas até lá haverá trabalho a fazer, uma vez que a feira é promovida junto das empresas ao longo de todo o ano. Nos próximos meses, a feira será divulgada junto dos industriais portugueses, com o objetivo de "angariar o maior número possível de empresas participantes". Luís Castro Henriques assume que o objetivo é levar "centenas de empresas" à Alemanha. Para o presidente da Aicep, "todas deverão aproveitar esta oportunidade". Energia, metalomecânica, automóvel e plásticos são alguns dos setores "de excelência" que o Governo aponta como candidatos à participação na feira.
Com a posição de relevo na feira, o Governo propõe-se ainda a "estreitar a relação com os industriais alemães e a comunidade alemã", admitindo que uma das metas é atrair capital germânico para o país. "Temos empresas alemãs que estão em Portugal há mais de um século. Temos empresas mais recentes, mas que são grandes investidores, exportadores e promotores de emprego qualificado. A capacidade que tivermos de mostrar a boa experiência dos investidores alemães em Portugal também poderá ajudar a captar mais investimento de origem alemã. Temos aqui a possibilidade de acelerar esse processo", ressalvou Siza Vieira, lembrando que as empresas alemãs presentes em Portugal geram cerca de 16 mil milhões de euros em exportações.

Essa foi também a mensagem deixada pelo embaixador da Alemanha em Portugal, Martin Ney. "Porquê Portugal? Pela longa relação política e industrial que existe entre as empresas portuguesas e alemãs, e também pelos recursos humanos jovens e qualificados que existem em Portugal que, comparativamente com a Alemanha, são relativamente mais baratos, o que é uma vantagem competitiva para Portugal. Esta será uma montra importante para Portugal", concluiu o diplomata.