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Abril de 2020: o mês em que a actividade turística parou (INE)
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"Actividade turística com expressão praticamente nula”, é assim que o Instituto Nacional de Estatística (INE) se refere aos resultados do turismo no passado mês de Abril. Fortemente impactados pela pandemia, os resultados reflectem uma paragem quase total de da actividade, com quebras muito próximas dos 100% nos vários indicadores.

Revelados esta quarta-feira, 17 de Junho, pelo INE, os indicadores da actividade turística em Portugal relativos ao mês de Abril reflectem variações de -97,4% e -97,0%, respectivamente no número de hóspedes, que foram pouco mais de 60 mil, e de dormidas, que se cifraram nas 175,5 mil. Resultados amplamente negativos – o INE sublinha terem sido “diminuições históricas” – que se somam às quebras de 62,6% e 58,7% que tinham sido registadas no mês de Março.

As dormidas de residentes recuaram 93,0% (-58,1% em Março) e as de não residentes decresceram 98,6% (-58,9% no mês anterior). Já as dormidas dos mercados externos diminuíram 98,6% (-58,9% no mês anterior). Estes resultados impactaram os números do primeiro quadrimestre do ano, que reflectiram uma diminuição de 45,8% das dormidas totais, resultante de variações de -39,0% nos residentes e de -48,7% nos não residentes.

Todos os 16 principais mercados emissores registaram decréscimos superiores a 95% face a Abril do ano passado, reflectindo-se nos resultados do quadrimestre. Assim, de acordo com os dados do INE, desde o início do ano, todos os principais mercados registaram decréscimos, com maior enfoque nos mercados irlandês (-62,8%), suíço (-58,7%), belga (-57,9%), e francês (-55,7%), com os mercados canadianos (-29,5%) e brasileiro (-34,3%) a serem, entre os 16 principais, os que registaram menores decréscimos.

A informação do INE sublinha a alteração registada no perfil dos turistas que pernoitaram nos estabelecimentos de alojamento turístico no mês de Abril, com os hóspedes a serem turistas que “ficaram retidos em Portugal sem possibilidade de regressarem ao seu país de residência, ou de pessoas que, por motivos profissionais, tiveram de se deslocar no país e pernoitar fora do seu local de residência”.

Com as quebras históricas (muito perto dos 100% em todos os indicadores) a afectarem todos os tipos de alojamento turístico e todas as regiões do país, o INE faz notar que “em Abril, no contexto do estado de emergência, cerca de 83,1% dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes”.

“Diminuição significativa” tiveram também os proveitos dos alojamentos turísticos que, de acordo com os dados do INE, atingiram 5,7 milhões de euros no total e 5,0 milhões de euros relativamente a aposento, correspondendo a variações de -98,3% e -98,0%, respectivamente (-59,9% e -59,7% em Março, pela mesma ordem).
O INE sublinha também que “no conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se em 4,5€ em Abril, o que correspondeu a um decréscimo de 90,1% (-57,0% em Março)”.