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Ministra do Trabalho reúne-se com todos os parceiros sociais
JORNAL DE NEGÓCIOS


A ministra do Trabalho encontra-se esta terça-feira com os parceiros sociais na véspera da reunião de concertação social onde o Governo iniciará a discussão formal com patrões e sindicatos sobre a evolução do salário mínimo.

Estas são reuniões para "apresentação de cumprimentos", deslocando-se Ana Mendes Godinho às instalações das confederações patronais e centrais sindicais ao longo de todo o dia. Conforme comunicou esta tarde a CGTP, o encontro com a maior central sindical do país será na sua sede, às 18h30. Já com a UGT, o encontro será logo pela manhã, às 10h30.
O encontro com os representantes dos patrões, anunciou ao final do dia o ministério, dar-se-á entre as reuniões com as centrais sindicais. Primeiro com a CAP, às 12h, depois a CCP às 14h, seguindo-se a CIP às 15h30 e a CTP às 17h.

O primeiro-ministro já assumiu que quer elevar o salário mínimo, atualmente nos 600 euros, até aos 750 euros no final da legislatura, o que daria um aumento médio anual de 38 euros. O ritmo de valorização anual ainda não está definido e a reunião de concertação social desta quarta-feira tem precisamente esse objetivo.

Patrões iludidos?
As associações patronais reagiram bem à meta traçada por António Costa para daqui a quatro anos. Uma semana depois de ter defendido que um salário mínimo de 700 euros no final da legislatura seria "perfeitamente razoável", admitindo até ir mais longe "se a economia o permitir", o presidente da CIP, António Saraiva, considerou, em declarações ao Público, que "não há contradição" entre a meta que acabou por ser anunciada pelo Governo e pelas associações patronais.

Para o Fórum para a Competitividade, Governo e patrões "parecem estar iludidos" que se pode continuar a aumentar os salários sem qualquer ligação com a produtividade, sem terem consciência de que o elemento essencial de sucesso, a conjuntura internacional, está em vias de desaparecer".

O fórum aconselha os patrões a exigirem em troca "duas cláusulas de salvaguarda": a suspensão dessas subidas caso a taxa de desemprego aumente para lá dos 7%" e a "diminuição das contribuições para a segurança social [...] no interior do país.

Do lado das centrais sindicais, pede-se maior ambição nos aumentos. Arménio Carlos, líder da CGTP, já disse, em entrevista ao Negócios e à Antena 1, que se deve ir além dos 750 euros. "Achamos que se pode ir mais além. Sabe porquê? Até para beneficiar as empresas", argumentando que as empresas beneficiariam com o aumento da procura interna. Quanto à UGT, esta tem defendido um salário mínimo de 800 euros no final da legislatura e de 660 euros para 2020, de forma a compensar as perdas do período de ajustamento.