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Hesitação do Eliseu matou fusão entre Renault e Fiat
JORNAL DE NEGÓCIOS


Prometia ser uma fusão histórica e daria origem ao maior grupo automóvel mundial, com mais de 15 milhões de veículos vendidos por ano, mas o grupo Fiat Chrysler Automobiles (FCA) retirou o pedido de "casamento" que tinha apresentado à Renault a 27 de maio.

E porque fracassou a proposta de fusão? Segundo a FCA porque "não estavam reunidas as condições políticas em França para que a operação pudesse prosseguir".

Na noite de quarta-feira, ainda decorria a reunião do conselho de administração da Renault para decidir o início formal de negociações para a fusão, a Reuters indicava que o Estado francês tinha alcançado um acordo com a FCA para alterações na proposta de fusão.

Desde que a proposta foi conhecida havia dois fatores apontados pelos analistas como principais obstáculos: a aliança da Renault com a Nissan e a perda de poder do Estado francês na nova empresa.

O Estado francês detém 15% do capital da fabricante automóvel gaulesa e veria essa posição reduzida a 7,5% na nova empresa. A família Agnelli passaria dos atuais 29% na FCA para uma posição de 14,5%, sendo o maior acionista da nova empresa.

O grupo italo-americano já tinha dado indicações de que pretendia que a fusão avançasse rapidamente e mostrava-se pouco disponível para alterar os termos financeiros da proposta.

Ao início da tarde de quarta-feira, o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, dizia que "não havia pressa".

Além das hesitações do Eliseu, alguns analistas referem que, desde o início a Nissan estava pouco entusiasmada com a operação. A empresa japonesa manifestou o seu apoio à fusão, mas advertiu que isso implicaria uma alteração na aliança com a Renault.