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Saída de bolsa da Tesla seria a mais cara de sempre
Jornal de Negocios


Elon Musk apanhou os mercados de surpresa quando, esta terça-feira, através do Twitter, revelou que estava a considerar retirar a Tesla de bolsa. Revelou ainda que tinha financiamento assegurado e que, ao fazê-lo, pagaria 420 dólares por acção. Um valor que elevaria esta saída de bolsa para 71,65 mil milhões de dólares, excluindo a dívida da cotada. Montante que seria o mais elevado de sempre.

Os dados da Dealogic, citados pelo MarketWatch, revelam que os quase 72 mil milhões de dólares que Musk teria de gastar para fechar o capital da empresa colocariam esta operação na mais dispendiosa de sempre.

Isto porque iria superar os 31,8 mil milhões de dólares que, em Fevereiro de 2007, foram gastos para retirar a TXU Corp de bolsa, empresa que hoje se designa Energy Future Holdings Corp depois de em 2014 ter avançado com o pedido de protecção contra credores. Em terceiro lugar, ficaria uma operação realizada também em 2007, com a compra das acções da KKR por 26,4 mil milhões de dólares.

O presidente executivo da Tesla publicou o "tweet" minutos depois de ter sido anunciado que o Fundo Soberano da Arábia Saudita tinha uma posição no valor de dois mil milhões de dólares na empresa, o que equivale a perto de 5%.

E a reacção das acções não se fez esperar, tendo chegado a disparar 8,53% para os 371,15 dólares. Um desempenho que acabou por penalizar os muitos investidores que têm vindo a apostar na queda das acções.

Musk enviou um email aos seus colaboradores, cerca de três horas depois do "tweet", onde explicava as suas razões para ponderar a saída de bolsa da Tesla. Em primeiro lugar, "a razão para fazer tudo isto é criar um ambiente para a Tesla funcionar melhor", começou por dizer o presidente executivo da empresa.

"Como empresa cotada, estamos sujeitos a grandes oscilações na cotação das acções que podem ser uma grande distracção para todos aqueles que trabalham na Tesla, alguns dos quais são accionistas", realçou Elon Musk.

Além disso, ter o capital disperso em bolsa "também nos sujeita a um ciclo de resultados trimestrais que coloca enorme pressão na Tesla para tomar decisões que podem ser correctas num determinado trimestre, mas não necessariamente no longo prazo", explicou.

"Finalmente, tratando-se da acção que, na história dos mercados accionistas, é a que tem mais apostas na queda, estar cotada significa que há um grande conjunto de pessoas que têm um incentivo para atacar a companhia", concluiu.