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Lisboa duplicará capacidade aérea até 2022
Ambitur


O trabalho já se está a fazer no campo e terá evoluções após março deste ano, com a entrega por parte da ANA dos estudos ambientais necessários para a aplicação da combinação do aeroporto Humberto Delgado com a utilização da base aérea do Montijo para fins civis. O ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, em entrevista à Ambitur, salienta que tudo o que está planeado está a seguir o seu rumo e a capacidade aérea de Lisboa duplicará em 2022.

De acordo com Pedro Marques, “a solução encontrada, de combinação do aeroporto Humberto Delgado com a utilização da base aérea do Montijo para fins civis, é adequada no sentido em que vai responder de forma perene ao aumento da capacidade necessária na região de Lisboa, e permite pelo menos duplicar o número de passageiros transportados na região de Lisboa. A negociação está em curso este ano com a ANA, agora com a conclusão dos estudos ambientais que a empresa tem previsto para este trimestre. Mas a negociação que está em curso terá um desenvolvimento importante ao longo do primeiro semestre deste ano, sobretudo, e no resto do ano, que permitirá que a construção se faça no essencial num período de três anos e, portanto, que o aeroporto esteja disponível no ano de 2022, no máximo”.

No entanto, há mais trabalho em desenvolvimento: “No período intercalar, com certeza que temos que acomodar o crescimento das capacidades necessárias para continuar a responder ao crescimento da procura turística. O processo de negociação de slots para o verão IATA está largamente adiantado. A ANA tem tido a capacidade de fazer uma acomodação às slots disponíveis, porque há períodos do dia com slots que devem ser utilizadas”.

Adianta ainda o entrevistado que “por outro lado, estamos a fazer um trabalho muito intenso, em articulação entre a NAV e a ANA, para podermos, na perspetiva da navegação aérea, tomar medidas que possam também libertar capacidade do ponto de vista do número de slots disponíveis nas horas críticas de pico de procura, sem pôr em causa qualquer questão de segurança”.

O ministro considera também que “falamos sempre muito do aeroporto da região de Lisboa, o que é compreensível porque faz cerca de metade do transporte aéreo do país, mas temos que contar com os outros aeroportos, que têm tido crescimentos extraordinários. O próprio sucesso da ponte aérea existente entre Lisboa e Porto determina também que a utilização do aeroporto Sá Carneiro seja uma solução muito viável para muitas das necessidades do ponto de vista do crescimento turístico, e pode criar soluções de flexibilidade que vão no sentido de reforçar a utilização daquele aeroporto, que aliás cresceu outra vez muito significativamente em 2017”. Ou seja, “a utilização combinada das outras infraestruturas aeroportuárias, de mais flexibilidade na gestão de slots, de mais encaminhamento de utilização de slots para períodos do dia ainda com utilização abaixo do máximo, tem que nos conseguir levar a bom porto neste desígnio que é continuar a suportar o crescimento do turismo em Portugal”, acrescenta Pedro Marques.

O responsável, que havia afirmado no final de 2017 que estariam obras no terreno em 2019, questionado sobre essa realidade, é claro: “Mantenho essa perspetiva. O memorando que assinámos no início de 2016 continua a ser cumprido na perspetiva de que recebemos a proposta da ANA em 2017, como estava previsto. Estava também previsto que no primeiro trimestre de 2018 recebêssemos os estudos ambientais e que o processo de negociação mais intenso decorresse a partir daí, portanto é esse trabalho que pretendemos desenvolver para que nos anos seguintes – 2019/20 e 21 – as obras possam estar no terreno, para que este aeroporto esteja a funcionar em 2022”.