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CONTRIBUIÇÃO DAS VIAGENS E TURISMO PARA O PIB NACIONAL CAIU 56,4% EM 2020
Publituris


No ano passado, a contribuição do setor das viagens e turismo caiu 21 mil milhões de euros, o equivalente a uma quebra de 56,4%, aponta oEconomic Impact Report, divulgado esta sexta-feira, 9 de abril, pelo World Travel & Tourism Council (WTTC).

De acordo com o estudo anual do WTTC, “o colapso dramático do setor de viagens e turismo de Portugal varreu 21 mil milhões da economia do país”, o que “indica que a contribuição do setor para o PIB caiu 56,4% em 2020”.

O WTTC lembra que, nos últimos 10 anos, “o crescimento do setor das viagens e turismo ultrapassou o da economia em geral” e, em 2019, chegou aos 37 mil milhões de euros, representando 17,1% do PIB, mas tudo mudou no espaço de 12 meses e devido à pandemia, tendo sido de apenas 16 mil milhões de euros em 2020, o que representou 8,1%.

Ao nível do emprego, o impacto da pandemia da COVID-19 foi igualmente acentuado, com o relatório anual do WTTC a explicitar que “oano de restrições de viagens prejudiciais, que interrompeu muitas das viagens internacionais, resultou na perda de 160.000 empregos em viagens e turismo em todo o país”.

Apesar do forte impacto da pandemia, o WTTC considera que a realidade “poderia ser significativamente pior, se não fosse o esquema governamental de proteção ao emprego, que ofereceu uma tábua de salvação para milhares de empresas e trabalhadores”.

Ainda assim, acrescenta o conselho mundial das viagens e turismo, a política seguida pelo Governo português “esconde a real extensão das perdas e o impacto social devastador que elas poderiam trazer”.

“As perdas de empregos foram sentidas em todo o ecossistema das viagens e turismo do país, com as PMEs, que representam oito em cada 10 de todas as empresas do setor, particularmente afetadas”, refere o WTTC, destacando ainda que o impacto desta crise sobre as mulheres, jovens e minorias “foi significativo”.

O relatório indica que, no total, onúmero de pessoas empregadas no setor das viagens e turismo em Portugal caiu de pouco mais de um milhão, em 2019, para 843 mil, em 2020, o que traduz “uma queda de 16%”.

OEconomic Impact Report mostra também descidas ao nível dos gastos dos visitantes, que chegaram aos 48,9% no caso do mercado doméstico, enquanto os gastos dos visitantes internacionais desceram 63,5%, o que, refere o WTTC, se deveu à existência de“restrições de viagens mais rígidas”.

O WTTC está, no entanto, mais otimista para o futuro e acredita que será possível levantar as restrições às viagens, muito por culpa do aumento de testes antes da partida, mas também do processo de vacinação contra a COVID-19 e da meta do Governo, que pretende vacinar 70% da população adulta até ao final do verãos.

“O WTTC acredita que pode ser evitado mais um ano de perdas terríveis se o governo apoiar a rápida retoma das viagens internacionais, o que será vital para impulsionar a recuperação da economia portuguesa”, afirma Gloria Guevara, indicando que, segundo este estudo, “se a mobilidade e as viagens internacionais forem retomadas até junho deste ano, a contribuição do setor para o PIB poderá aumentar drasticamente em 2021, em 48,5%”.

O WTTC saúda ainda a decisão do Governo português de adotar o Green Digital Pass da Comissão Europeia, de forma a permitir o recomeço seguro das viagens internacionais.