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Caldeira Cabral: “É inevitável levantar as moratórias em setembro"
Jornal de Negócios


Manuel Caldeira Cabral diz que "é quase inevitável que as moratórias sejam levantadas em setembro, por isso devem criar-se instrumentos, não só dentro dos bancos, de renegociação e transição das empresas que estão a sair de moratórias".
O antigo ministro da Economia e atual administrador da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões dá o exemplo de "começarem a pagar só juros ou pagar os juros e uma parte do valor" e também de "instrumentos ao nível do Banco de Fomento e de fundos comunitários, de capital e de crédito mais alargado".
Em entrevista ao DN, a propósito do lançamento do livro "Construir uma Alternativa - A política económica da geringonça e a resposta à crise da covid-19", que será lançado esta terça-feira, 6 de abril, o professor da Universidade do Minho sublinha que "se a recuperação continuar, a vacinação estiver num ponto mais avançado e a pandemia contida, haverá muitas empresas a conseguir sair das moratórias pelo próprio pé".

"Não podemos é dizer que as que não conseguem serão deixadas à sua sorte. Tem de haver instrumentos, que não serão obrigatoriamente a extensão das moratórias, mas que podem passar pela renegociação com os bancos. Penso que os bancos não o devem começar a fazer em setembro, devem começar já em maio, junho, julho, olhando para a situação das empresas, para o mercado, caso a caso, e dando condições diferentes ou aconselhando a empresa a ter acesso a outros instrumentos financeiros.

Segundo os dados divulgados pelo Banco de Portugal, o montante global de empréstimos abrangidos por moratórias era de45,6 mil milhões de euros no final de fevereiro, o que representava uma redução ligeira de 100 milhões de euros face ao mês anterior.