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INE: DADOS CONFIRMAM DORMIDAS DE 2020 COM VALOR MAIS BAIXO DESDE 1993
Ambitur


O setor do alojamento turístico registou 459,4 mil hóspedes e 969,8 mil dormidas em dezembro de 2020, correspondendo a variações de -70,9% e -72,4%, respetivamente (-77,0% e -77,2% em novembro, pela mesma ordem). As dormidas de residentes diminuíram 54,1% (-59,6% em novembro) e as de não residentes recuaram 82,8% (-85,6% no mês anterior), revelam hoje os dados do INE.

Os proveitos totais registaram uma variação de -73,7% (-79,8% em novembro) para 54,0 milhões de euros. Os proveitos de aposento fixaram-se em 36,3 milhões de euros, diminuindo 74,2% (-80,5% no mês anterior).

Em dezembro, 50,5% dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes (49,0% em novembro).

No conjunto do ano de 2020 (dados preliminares), os estabelecimentos de alojamento turístico registaram 10,5 milhões de hóspedes e 26,0 milhões de dormidas, -61,3% e -63,0%, respetivamente (+7,9% e +4,6% em 2019). Registaram-se 13,6 milhões de dormidas de residentes (-35,4%; +6,5% em 2019), o valor mais baixo desde 2013, e apenas 12,3 milhões de dormidas de não residentes (-74,9%; +3,8% em 2019), o valor mais baixo desde 1984.

O Reino Unido manteve-se como principal mercado emissor em 2020, representando 16,3% das dormidas de não residentes, apesar do decréscimo de 78,5% face ao ano anterior. Seguiram-se os mercados alemão (quota de 14,6%) e espanhol (peso de 14,5%).

Em dezembro, considerando a generalidade dos meios de alojamento (estabelecimentos de alojamento turístico, campismo e colónias de férias e pousadas da juventude), registaram-se 494,8 mil hóspedes e 1,1 milhões de dormidas, correspondendo a evoluções de -70,0% em ambos (-76,2% e -74,5% em novembro, respetivamente).
No conjunto do ano de 2020 (dados preliminares), considerando a generalidade dos meios de alojamento, registaram-se 11,8 milhões de hóspedes e 30,4 milhões de dormidas, a que corresponderam reduções de 60,2% e 60,9%, respetivamente.

Hóspedes e dormidas com ligeira recuperação
Em dezembro de 2020, o setor do alojamento turístico registou 459,4 mil hóspedes e 969,8 mil dormidas, refletindo-se em variações de -70,9% e -72,4%, respetivamente (-77,0% e -77,2% em novembro, pela mesma ordem).

As dormidas na hotelaria (74,8% do total) diminuíram 75,0%. As dormidas nos estabelecimentos de alojamento local (peso de 20,3% do total) decresceram 63,5% e as de turismo no espaço rural e de habitação (quota de 4,9%) recuaram 41,1%. As dormidas em hostels registaram uma diminuição de 75,4% em dezembro, representando 15,2% das dormidas em alojamento local e 3,1% do total de dormidas nos estabelecimentos de alojamento turístico.

Os resultados preliminares de 2020 revelam que os hóspedes atingiram neste ano 10,5 milhões e as dormidas 26,0 milhões, a que corresponderam diminuições anuais de 61,3% e 63,0%, respetivamente (+7,9% e +4,6% em 2019).

Desde 1993, ano em que se registaram 23,6 milhões de dormidas, que não se observava um número de dormidas tão reduzido como o que se verificou em 2020.

A pandemia COVID-19 teve notoriamente um forte impacto nos resultados anuais, explica o INE. No conjunto dos dois primeiros meses do ano, as dormidas apresentaram um crescimento de 10,8%, resultados que foram parcialmente influenciados por efeitos de calendário: o Carnaval, que em 2020 ocorreu em fevereiro e no ano anterior ocorreu em março, e em 2020 fevereiro teve 29 dias mais um que em 2019. No conjunto dos 10
meses seguintes, registou-se uma diminuição de 70,4% nas dormidas.

A hotelaria (79,2% do total das dormidas neste ano) apresentou um decréscimo de 64,5% nas dormidas, redução superior às registadas pelo alojamento local (-59,4%) e pelo turismo no espaço rural e de habitação (-36,0%). As dormidas em hostels diminuíram 66,4%, representando 18,9% das dormidas em alojamento local e 3,0% do total de dormidas no setor do alojamento turístico neste ano.

Em dezembro, 50,5% dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes (49,0% em novembro).

Durante 2020, com exceção de janeiro e fevereiro, a proporção de estabelecimentos encerrados ou que não registaram movimento de hóspedes foi sempre superior à verificada em 2019. Abril e maio foram os meses que registaram maiores proporções (85,0% e 74,1%, que contrastam com 17,9% e 16,3%, respetivamente, em 2019), enquanto em agosto e setembro se registaram os menores valores (22,8% e 25,9%, após 8,4% e 12,6%, respetivamente, em 2019).

Desde o início da pandemia COVID-19, os meses em que se verificaram menores decréscimos na proporção de estabelecimentos encerrados ou sem movimento face ao mês homólogo, foram março (-13,1 p.p.), setembro (-13,3 p.p.) e outubro (-13,4 p.p.).

Dormidas de residentes e de não residentes com decréscimos muito acentuados
Em dezembro, o mercado interno (peso de 60,4%) contribuiu com 585,8 mil dormidas, o que representou um decréscimo de 54,1% (-59,6% em novembro). As dormidas dos mercados externos diminuíram 82,8% (-85,6% no mês anterior) e atingiram 384,0 mil.

No 4º trimestre de 2020, as dormidas totais diminuíram 69,8% (-44,1% nos residentes e -80,6% nos não residentes), depois de no 3º trimestre terem recuado 55,7% (-12,0% nos residentes e -76,3% nos não residentes), no 2º trimestre terem diminuído 92,5% (-78,0% nos residentes e -98,1% nos não residentes) e no 1º trimestre terem registado um decréscimo de 18,3% (-12,2% nos residentes e -21,0% nos não residentes).

No conjunto do ano de 2020, as dormidas de residentes diminuíram 35,4% e totalizaram 13,6 milhões, o valor mais baixo desde 2013. As dormidas de não residentes recuaram 74,9% e atingiram 12,3 milhões, o valor mais baixo desde 1984.

Em 2020, as dormidas de residentes representaram 52,5% do total de dormidas registadas no país e superaram as de não residentes pela primeira vez desde 1978.

Desde o início da pandemia, em março de 2020, em todos os meses registaram-se diminuições expressivas do número de dormidas nos estabelecimentos de alojamento turístico. Os menores decréscimos registaram-se nos meses de agosto e setembro (-47,1% e -53,4%, respetivamente) enquanto nos restantes meses se observaram diminuições superiores a 55%, com realce para as reduções registadas em abril e maio (-97,4% e -95,8%).

Em 2020 houve um decréscimo de 44,2 milhões de dormidas (face a 2019), do qual 53,9% foi registado nos meses de abril a julho (menos 23,8 milhões de dormidas).

Principais mercados mantiveram diminuições expressivas
A totalidade dos 17 principais mercados emissores manteve decréscimos expressivos em dezembro, tendo representado 86,4% das dormidas de não residentes nos estabelecimentos de alojamento turístico neste mês. As maiores reduções registaram-se nos mercados dinamarquês (-95,4%), chinês (-95,0%), dos Estados Unidos (-94,2%), canadiano (-92,7%), russo (-91,3%) e espanhol (-90,4%).

Em 2020, todos os principais mercados registaram decréscimos expressivos, superiores a 65%, com maior enfoque nos mercados irlandês (-89,5%), Estados Unidos (-87,7%) e chinês (-82,8%).

O Reino Unido manteve-se como principal mercado emissor em 2020, representando 16,3% das dormidas de não residentes (peso de 19,1% em 2019), apesar do decréscimo de 78,5% face ao ano anterior. Seguiram-se os mercados alemão (quota de 14,6% em 2020 após 12,1% em 2019) e espanhol (quota de 14,5% em 2020 e 10,7% em 2019).

Dormidas com diminuições superiores a 45% em todas as regiões
Em dezembro, todas as regiões registaram decréscimos expressivos das dormidas, observando-se as menores diminuições no Alentejo (-45,3%) e Centro (-63,4%). As maiores reduções verificaram-se na AM Lisboa (-79,3%), Algarve (-74,2%) e Norte (-73,0%). A AM Lisboa concentrou 24,9% das dormidas, seguindo-se o Norte (18,4%) e o Algarve (16,1%).

Em dezembro, todas as regiões apresentaram decréscimo do número de dormidas de residentes, tendo as menores reduções sido registadas no Alentejo (-37,9%) e RA Madeira (-45,5%).

Neste mês, em termos de dormidas de não residentes, o Alentejo apresentou um decréscimo de 64,8%, enquanto as restantes regiões apresentaram decréscimos superiores a 70%.

No conjunto do ano de 2020, as regiões que apresentaram menores diminuições no número de dormidas foram o Alentejo (-37,4%), Centro (-52,6%) e Norte (-59,2%). Em sentido contrário, as maiores reduções verificaram-se na AM Lisboa (-71,5%), RA Açores (-71,2%) e RA Madeira (-67,3%). O Algarve concentrou 30,5% das dormidas, seguindo-se a AM Lisboa (20,4%) e o Norte (17,0%).

Municípios mais representativos com decréscimos superiores a 50% em 2020
No conjunto do ano de 2020, Lisboa registou 3,5 milhões de dormidas (13,6% do total das dormidas registadas no país), que se traduziram num decréscimo de 74,8%. As dormidas dos residentes diminuíram 59,5%. As dormidas de não residentes predominaram (peso de 74,5% no total das dormidas no município) e diminuíram 77,7%, representando 21,3% do total das dormidas no país por parte de não residentes.

Em Albufeira, foram registadas 2,8 milhões de dormidas em 2020 (10,8% do total), que se refletiram numa diminuição de 67,0%. Neste município, as dormidas dos residentes recuaram 28,3% e as registadas pelos não residentes decresceram 77,8%, tendo estas representado 12,0% do total nacional de dormidas de não residentes.

As dormidas no município do Funchal (6,2% do total) diminuíram 67,9% em 2020, com o mercado interno a registar um decréscimo de 50,1% e os mercados externos a diminuírem 70,0%. Neste município, 83,2% das dormidas em 2020 foram de não residentes.

O município do Porto (4,9% do total) apresentou um decréscimo de 72,1% em 2020. O mercado interno diminuiu 53,6% e os mercados externos recuaram 75,9%.

Entre os restantes municípios mais representativos, Matosinhos foi o que registou menor decréscimo em 2020 (-51,9%), seguindo-se Vila Real de Santo António (-53,7%) e Évora (-53,9%).

Estada média reduziu-se
Em dezembro, a estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico (2,11 noites) reduziu-se 5,2% (-0,9% emnovembro). A estada média dos residentes aumentou 4,2% e a dos não residentes cresceu 17,0%.

Em 2020, a estada média reduziu-se 4,5% para 2,47 noites. As estadas médias dos residentes registaram um aumento de 6,2% e as dos não residentes cresceram 3,4%.

Taxa líquida de ocupação com ligeira recuperação
A taxa líquida de ocupação-cama nos estabelecimentos de alojamento turístico (12,2%) recuou 18,8 p.p. em dezembro (-24,6 p.p. em novembro). As taxas de ocupação mais elevadas registaram-se na RA Madeira (19,9%), Alentejo (13,5%) e AM Lisboa (13,2%).

Em 2020, a taxa líquida de ocupação-cama fixou-se em 24,0%, o que representou uma redução de 23,3 p.p. face a 2019.

Proveitos mantiveram decréscimos expressivos
Em dezembro, os proveitos registados nos estabelecimentos de alojamento turístico atingiram 54,0 milhões de euros no total e 36,3 milhões de euros relativamente a aposento, correspondendo a variações de -73,7% e -74,2%, respetivamente (-79,8% e -80,5% em novembro, pela mesma ordem).

Em 2020, os proveitos totais diminuíram 66,1% e atingiram 1,5 mil milhões de euros. Os proveitos de aposento recuaram 66,3% e situaram-se em 1,1 mil milhões de euros.

Todas as regiões registaram decréscimos expressivos nos proveitos totais e de aposento em dezembro, com maior enfoque na AM Lisboa (-82,9% e -83,8%, respetivamente) e Norte (-75,1% e -75,5%, pela mesma ordem).

Em dezembro, a evolução dos proveitos foi negativa nos três segmentos de alojamento.
Na hotelaria, os proveitos totais e de aposento diminuíram 75,2% e 76,0%, respetivamente (peso de 83,4% e 79,9% no total do alojamento turístico, pela mesma ordem).

Considerando as mesmas variáveis, os estabelecimentos de alojamento local (quotas de 11,0% e 14,1%) apresentaram evoluções de -67,9% e -67,6%, enquanto no turismo no espaço rural e de habitação (representatividade de 5,6% e 6,0%) se observaram evoluções de -43,6% e -42,4%.

No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se em 10,1 euros em dezembro, o que correspondeu a um decréscimo de 63,6% (-74,6% em novembro).

A variação do RevPAR em dezembro situou-se em -65,6% na hotelaria, -56,7% no alojamento local e -26,6% no turismo no espaço rural e de habitação.

No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 63,0 euros em dezembro, o que se traduziu num decréscimo de 13,4% (-21,2% em novembro).