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UE TEM NOVAS PROPOSTAS LEGISLATIVAS PARA CONTER GRANDES PLATAFORMAS ONLINE COMO A BOOKING
AMBITUR


A Comissão Europeia quer conter as grandes plataformas online para evitar que abusem da sua posição dominante e para reforçar a proteção aos consumidores. Pretende fazê-lo com propostas legislativas que procuram propiciar o aparecimento de plataformas alternativas e eliminar os conteúdos ilegais, exigindo a máxima transparência. Embora estas propostas ainda vão passar pelos filtros do Parlamento Europeu e dos Estados Membros, estão já a gerar um grande otimismo no setor hoteleiro que está cada vez mais dependente das grandes OTA’s, principalmente da Booking.

A Hotrec, lobby de hotéis do continente europeu, destaca que esta é “uma oportunidade para nivelar as condições, combater as ofertas ilegais e dar às PME’s do setor um maior controlo sobre a sua presença digital”. Marie Audren, diretora geral da Hotrec, adianta ainda que “A maioria dos hotéis atualmente descreve a sua relação com as plataformas online como unilateral e dependente”. A responsável acredita que o passo dado por Bruxelas pode ser decisiva para que “as pequenas empresas voltem a ter o controlo das suas estratégias de distribuição digital”.

Esta organização revela ainda que a crise da Covid-19 provocou “o aumento ainda maior da dependência do setor hoteleiro das grandes OTA’s”, cuja quota de mercado “cresceu muito nas duas últimas décadas até representar 30% de todas as reservas online de hotéis”. A Booking, por sua vez, monopolizará mais de 65% das reservas realizadas através de OTA’s na Europa.

A Hotrec assegura que a maioria dos portais de distribuição online “replicam as práticas e o comportamento da plataforma dominante”, referindo-se à Booking. “Os hoteleiros não têm meios para retaliar devido ao tratamento injusto das OTA’s”, o que faz com que não possam impugnar cláusulas de paridade de preços e alterações unliaterais dos contratos, entre outras questões.