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Covid-19. Pressão aumenta para aperto imediato nas regras. Lisboa e Porto reentraram nos níveis de risco mais elevado
EXPRESSO


Governo decide esta quinta-feira as novas regras para o estado de emergência de uma semana. Os dados desta quarta-feira - maior número de casos de sempre num dia - e as críticas dos partidos da oposição pressionam Costa a alterar já as regras a partir de sexta-feira.

intenção do Governo era a de manter as atuais regras de controlo da pandemia por mais uma semana, para dar tempo para avaliar os efeitos do Natal e da passagem de ano e só avaliar depois o que fazer no período seguinte, mas o agravamento súbito dos dados nesta quarta-feira- ultrapassando o país pela primeira vez os dez mil casos diários - e o posicionamento político,nomeadamente de Rui Rio, podem levar o executivo a ponderar mexer desde já nas regras. Está tudo em cima da mesa do Conselho de Ministros desta quinta-feira.

Do lado da Saúde, a vontade é que haja um apertar das regras, tendo em conta a pressão que este novo período causa no SNS: há mais casos por dia, dispararam para mais de dez mil esta quarta-feira, e mais internados, exigindo mais elasticidade ao SNS. Ainda antes de os dados do dia serem conhecidos pelo público, já a ministra da Saúde, Marta Temido avisava para isso mesmo: "Estamos novamente numa fase de imensa pressão no SNS e estamos a procurar responder, mas precisamos da ajuda de todos", disse a ministra esta quarta-feira de manhã. Momentos depois, Temido ordenava aos hospitais de Lisboa que suspendessem toda a atividade não urgente, como noticiou o Expresso.

Já era esperado no Governo um aumento dos casos, como efeito das festas de final do ano, contudo, os especialistas fizeram tocar todas as campainhas de alarme: os casos podem disparar ainda mais e o país parte já de uma base elevada para esta nova fase e por isso querem que o Governo não espere mais uma semana até novo apertar de regras. Ainda antes de decidir o que irá fazer, o Governo vai reunir com o grupo de especialistas esta tarde, depois de Marta Temido ter reunido com os responsáveis hospitalares esta manhã.

Tanto Temido como Graça Freitas afirmam que o SNS ainda tem margem para acudir a uma aumento de casos, mas que é preciso que todos os portugueses se unam para lhe retirar a maior pressão possível evitando a transmissão do vírus - mas também de outras doenças.

Os números desta quarta-feira mostraram ainda outra realidade: depois de no início da semana os concelhos mais populosos do país, como Lisboa, Porto ou Almada terem saído dos concelhos de risco extremamente elevado, com menos de 480 casos por cem mil habitantes,já voltaram a ter mais casos o que os coloca de novo no patamar de risco mais elevado. Com estes valores, é impossível ao Governo aliviar as medidas.

A questão agora é saber se o Governo opta já por apertar mais o cerco, um pouco à semelhança de outros países europeus,como Inglaterra, que agravaram as regras de controlo da pandemia neste início de ano.

A decisão está nas mãos de António Costa.O Parlamento vota esta tarde o decreto presidencial do novo estado de emergência por mais uma semana, de 7 a 14 de Janeiro, e depois cabe ao Governo aprovar o decreto que dá corpo às medidas que estarão em vigor neste período. Se a ideia era manter as regras que existiam, a pressão política aumenta para que as mude. Rui Rio, líder do PSD, defendeu na terça-feira que o Governo deveria "afinar" as medidas, nomeadamente o recolher obrigatório ao fim de semana a partir das 13h, para evitar aglomerados em alguns locais como supermercados. Rio irá votar a favor do estado de emergência, mas quer mudar o cocktail de medidas.