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Nem a vacina salva o turismo em 2021
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As economias muito dependentes do turismo não poderão contar com este setor para recuperarem os níveis de atividade económica durante este ano. A indicação é dada pelo Banco Mundial nas previsões económicas mundiais divulgadas ontem.

"Vários setores de serviços vitais para a economia da região - em particular o turismo - permanecem deprimidos e não devem recuperar até que uma gestão eficaz da pandemia melhore a confiança na segurança das interações pessoais", avisa a instituição sediada em Washington. Ou seja, economias muito dependentes dos serviços ligados ao setor do turismo, como o caso de Portugal, podem registar uma retoma mais lenta.

O impacto sem precedentes neste setor é avaliado comparando com outros eventos que afetaram ou causaram grande destruição económica, como o atentado terrorista em Madrid, no dia 11 de março de 2004 e a crise financeira global de 2008/2009. Em nenhum destes momentos o turismo sofreu uma destruição tão elevada. As projeções apontam para uma queda brutal das atividades ligadas a este setor de 98,4% na zona euro, ou seja, praticamente parou.

As exportações de turismo representavam 8,6% do PIB em 2019, o quarto valor mais elevado na área do euro, indicou o Banco de Portugal no boletim económico de dezembro, prevendo que só em 2023 seriam recuperados os níveis pré-pandemia.

Recuperação mais lenta

Mas, no conjunto da economia, a recuperação vai ser mais lenta e frágil do que o previsto inicialmente pelo Banco Mundial, especialmente na zona euro. Entre as economias consideradas avançadas, o bloco da moeda única deverá registar uma das maiores quebras da atividade (-7,4%), quando as restantes deverão cair 5,4%.

Comparando com as previsões de junho, até há uma melhoria de 1,7 pontos percentuais, mas o problema é que a recuperação em 2021 vai ser mais modesta do que o previsto há sete meses. Para este ano, a instituição prevê uma retoma de apenas 3,6%, quando em junho do ano passado apontava para um crescimento de 4,5%, ou seja, há um corte de quase um ponto percentual.

Esta revisão é justificada com a segunda vaga da pandemia que travou a recuperação verificada no terceiro trimestre do ano passado "que obrigou vários Estados membros a reintroduzirem medidas restritivas", refere o documento.

Apesar de tudo, o Banco Mundial lembra os apoios da União Europeia, sublinhando que para Portugal tem disponíveis apoios equivalentes a 14,9% do PIB (2019) entre subvenções e empréstimos.

Para a economia mundial, a instituição prevê um crescimento de 4% em 2021, liderado pela China com uma expansão do produto de 7,9%.