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“É URGENTE CAPITALIZAR AS EMPRESAS”, ADVERTE CTP
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A agenda turística de 2021 teve início com a tomada de posse dos corpos sociais da APAVT para o triénio 2021-2023, que serviu de palco para a identificação de cinco principais desafios por parte da Confederação de Turismo de Portugal.

Francisco Calheiros, presidente da CTP, aproveitou o momento e a presença da secretária de Estado de Turismo, Rita Marques, para recordar desafios que se impõem urgentes ao Turismo nacional durante os próximos 12 meses e por diante.

Ao reforço dos cuidados de saúde para não entrarem em ruptura num dos invernos mais rigorosos e antecipando uma terceira vaga da pandemia, Calheiros voltou a criticar a legislação e comunicação pouco “claras e atempadas” por parte do atual governo, fazendo para tal referência ao que sucedeu no Fim de Ano, para o qual “todos nos preparávamos para um Fim de Ano normal e depois tudo era proibido”. Calheiros clarificou que não esteve em questão a proibição, mas “o tempo” com que esta comunicação foi feita e o impacto que a mesma teve junto dos empresários do Turismo.

Ainda em matéria de legislação, o presidente faz referência ao ‘lay -off’, “a grande medida que este governo tomou que já o disse que vai prolongar nos próximos seis meses, mas estamos a 5 de janeiro e ainda não está legislado, não se consegue submeter o lay off”.

A vacinação foi o terceiro desafio identificado pelo presidente da confederação. “A ideia de confiança e de segurança muda com a vacinação e não pode acontecer com a vacinação da COVID-19 o que aconteceu com a vacinação para a gripe. Esta questão é crucial”.

Francisco Calheiros não poderia deixar de fazer menção à eterna questão do Aeroporto do Montijo mas também à TAP. Sobre esta última apela a uma maior contenção do governo em discutir o tema em praça pública. “Decidam rapidamente! Há seis meses que está para entrar um presidente e uma comissão executiva na TAP! A TAP é determinante para o turismo português.”

Quanto ao aeroporto, o presidente da CTP revelou-se cansado com a ausência de decisões sobre a infra-estrutura aeroportuária. “Sejamos claro, se não tem havido pandemia este ano nem quero imaginar o que seria a bagunça do Aeroporto da Portela. É urgente, passaram-se dez meses e estamos exactamente na mesma estaca”.

O responsável concluiu aludindo às medidas de capitalização das empresas, sobretudo do turismo que se encontram em modo de sobrevivência. “Não nos iludamos, os fundos comunitários não chegarão antes do segundo semestre e não é com as empresas como estão que vamos fazer o que se fez na recuperação da crise de 2007/2008”, adverte. Calheiros recordou que foi o Turismo o que mais contribuiu para “baixar a taxa de desemprego de 17 para 6%” e que conseguiu “pela primeira vez em 40 anos de democracia colocar o saldo da balança comercial positivo e que mais contribuiu para o PIB”. “Querem que repitamos a mesma façanha? Não é com as empresas descapitalizadas como estão”, sublinha, apelando à urgência em capitalizar as empresas para estarem preparadas para a retoma.

Respondendo ainda ao repto lançado pelo recém-empossado presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, em que manifestava novamente o apoio da APAVT a uma candidatura de Francisco Calheiros na continuidade da liderança da CTP, o mesmo deixa no ar que “nos tempos que correm, dez meses depois de passada esta pandemia, num ano em que a nossa atividade deve perder cerca de 70% do seu movimento é difícil abandonar um barco com os desafios que se colocam”.

Recorde-se que vai ter início um novo mandato para a presidência da Confederação de Turismo de Portugal no próximo mês de março.