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Costa: "Não vamos poder regatear nesta crise o esforço financeiro necessário para esta pandemia"
DINHEIRO VIVO


Em entrevista à Antena 1, esta manhã, questionado sobre a hipótese de a crise pandémica abrir a porta a um possível orçamento retificativo em 2021, António Costa clarifica que o país não poderá "regatear" perante o esforço necessário para enfrentar a pandemia.

"É um orçamento para todo o ano, que dá resposta às necessidades dos portugueses", diz o primeiro-ministro sobre o OE2021, para logo reforçar que "se a crise se agravar exige medidas extraordinárias". O PM não fecha a porta a situações em que seja preciso reforço em áreas mais fragilizadas pela pandemia, nomeadamente a saúde, por exemplo.

"Tivemos uma legislatura inteira sem um orçamento rectificativo", recorda António Costa. "Esperemos que evolução da pandemia não obrigue a aumentar ainda mais a despesa para ter um orçamento retificativo".

O PM recordou que os sinais que chegam da Europa sobre a disponibilização de fundos europeus com brevidades "é positiva", mas, em vários momentos desta entrevista, voltou a incidir na necessidade da responsabilidade individual para conter a crise sanitária e não agravar ainda mais esta segunda vaga.

"Toda a gente deseja que pandemia desapareça amanhã mas ninguém exclui a hipótese de a pandemia se agravar", destaca Costa.

Em outubro, o ministro das Finanças, João Leão, afirmou ao DV e à TSF que, embora não identificasse naquele momento a necessidade de "qualquer (orçamento) retificativo", "não poderia ser sério se excluísse à partida a necessidade de um retificativo em 2021, perante a dimensão da incerteza."

"Não percebo razões objetivas para BE ter tomado a decisão que tomou"

Questionado sobre a votação do orçamento na especialidade e a posição de partidos como o BE ou o PCP, antigos parceiros de 'geringonça', Costa refere que o executivo está disponível para trabalhar.

Já sobre o voto contra do Bloco de Esquerda no OE2021, António Costa refere que não entende as "razões objetivas" da posição de voto. "Não percebo razões objetivas para BE ter tomado a decisão que tomou. É o orçamento com maior cariz social dos ultimos cinco anos. Mas haverá outras razões (...) que determinem o sentido de voto do BE. Continuamos a trabalhar para ter um bom orçamento para os portugueses."