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Além disso, o Executivo socialista pretende que "não haja qualquer dúvida" de que podem ser mobilizados recursos humanos de outras áreas para ajudar os profissionais de saúde, designadamente os médicos de saúde pública e dos centros de saúde, no trabalho de rastreamento e acompanhamento dos infetados e dos contactos de risco.
Costa deu o exemplo das Forças Armadas e dos professores, que "não estando infetados e impossibilitados de trabalhar, se encontram em situação de recolhimento por integrarem setores de risco", mas podem ajudar nessa tarefa sob supervisão de profissionais de saúde. "É importante clarificar que o Estado pode, nestas circunstâncias excecionais, alterar o conteúdo funcional daquilo que são as obrigações profissionais dos seus servidores", acrescentou.
Em declarações aos jornalistas, o primeiro-ministro esclareceu que o estado de emergência deverá ter "uma extensão superior aos 15 dias que a Constituição limita" e "à partida deve ser assumido como devendo ser periodicamente renovado, de forma a que estas ferramentas permitam continuar a combater a pandemia".
António Costa lembrou que a proposta que levou esta manhã em Belém tem "um conteúdo limitado" face ao que vigorou em março e em abril, mas "em contrapartida deve ter maior extensão". "Devemos assumir, sem drama nenhum, uma renovação continuada enquanto a pandemia o justificar", apontou, desvalorizando ainda as críticas que têm surgido por parte dos restantes partidos, à esquerda e à direita.
"Conforme a pandemia vai prosseguindo, o nível de consenso entre as pessoas vai diminuindo. Uns acham que são necessárias medidas mais duras e outros menos duras. Temos de procurar o ponto de equilíbrio e fazer um esforço de unidade nesse sentido. Nas audições [de sexta-feira] vimos divergências no que toca ao recolher obrigatório, mas não uma oposição generalizada ao estado de emergência", completou.