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INE: ATIVIDADE TURÍSTICA CONTINUA COM “DIMINUIÇÕES HISTÓRICAS” EM MAIO
AMBITUR


O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou esta manhã os dados referentes à atividade turística no mês de maio de 2020. Nesse mês, o setor do alojamento turístico registou 149,8 mil hóspedes e 307,0 mil dormidas em maio de 2020, correspondendo a variações de -94,2% e -95,3%, respetivamente (-97,7% e -97,4% em abril, pela mesma ordem). As dormidas de residentes recuaram 85,9% (-93,5% em abril) e as de não residentes decresceram 98,4% (-98,9% no mês anterior).

No que diz respeito aos proveitos totais, os dados registaram uma variação de -97,2% (-98,5% em abril), fixando-se em 11,0 milhões de euros. Já os proveitos de aposento atingiram 9,6 milhões de euros, diminuindo 96,8% (-98,2% no mês anterior).

Hóspedes e dormidas mantiveram diminuições históricas

Segundo os dados do INE, em maio de 2020, o setor do alojamento turístico registou 149,8 mil hóspedes e 307,0 mil dormidas, refletindo-se em variações de -94,2% e -95,3%, respetivamente (-97,7% e -97,4% em abril, pela mesma ordem).

Nesse mesmo mês, cerca de 70,4% dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes (85,0% em abril de 2020).

As dormidas na hotelaria (56,6% do total) diminuíram 96,8%. As dormidas nos estabelecimentos de alojamento local (peso de 36,4% do total) decresceram 87,7% e as de turismo no espaço rural e de habitação (quota de 7,1%) recuaram 86,2%. As dormidas em hostels registaram uma diminuição de 89,9% em maio, representando 19,4% das dormidas em alojamento local e 7,1% do total de dormidas nos estabelecimentos de alojamento turístico.

Dormidas de residentes representaram cerca de ¾ do total de dormidas

Em maio, o mercado interno (peso de 74,3%) contribuiu com 228,1 mil dormidas, o que representou um decréscimo de 85,9% (-93,5% em abril). As dormidas dos mercados externos diminuíram 98,4% (-98,9% no mês anterior) e atingiram 78,9 mil. No conjunto dos primeiros cinco meses do ano, verificou-se uma diminuição de 59,6% das dormidas totais, resultante de variações de -50,6% nos residentes e de -63,2% nos não residentes.

Principais mercados mantiveram reduções superiores a 90%

A totalidade dos dezasseis principais mercados emissores registou decréscimos expressivos em maio, superiores a 90%, tendo representado 81,3% das dormidas de não residentes nos estabelecimentos de alojamento turístico neste mês. As maiores reduções registaram-se nos mercados britânico, irlandês (-99,4% em ambos), norte americano (-99,3%) e francês (-99,0%).

Desde o início do ano, todos os principais mercados registaram decréscimos, com maior enfoque nos mercados irlandês (-79,0%), belga (-71,3%), suíço (-71,1%) e francês (-70,5%). Os mercados canadiano (-47,2%) e brasileiro (-51,0%) foram, entre os principais, os que registaram menores decréscimos.

Redução significativa das dormidas em todas as regiões

Em maio, todas as regiões registaram decréscimos das dormidas superiores a 80%, com as maiores reduções a verificarem-se na RA Açores (-99,7%) e RA Madeira (-99,5%). O Alentejo (-84,3%) foi a região onde se registou menor diminuição. O Norte concentrou 27,8% das dormidas, seguindo-se a AM Lisboa (27,7%), Centro (15,2%), Algarve (15,1%) e Alentejo (13,0%).

No conjunto dos primeiros cinco meses do ano, as regiões que apresentaram menores diminuições foram o Alentejo (-52,3%) e a RA Madeira (-53,8%).

Estada média reduziu-se

Também em maio, a estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico (2,05 noites) reduziu-se 18,2% (+13,2% em abril). Já a estada média dos residentes aumentou 4,5% e a dos não residentes diminuiu 6,4%.

Taxa líquida de ocupação manteve-se com valores mínimos

A taxa líquida de ocupação-cama nos estabelecimentos de alojamento turístico (8,7%) recuou 41,7 p.p. em maio (a mesma evolução verificada em abril).

Proveitos com decréscimos expressivos

Em maio, os proveitos registados nos estabelecimentos de alojamento turístico atingiram 11,0 milhões de euros no total e 9,6 milhões de euros relativamente a aposento, correspondendo a variações de -97,2% e -96,8%, respetivamente (-98,5% e -98,2% em abril, pela mesma ordem). A salientar que estes proveitos totais (11,0 milhões de euros) corresponderam a cerca de 1/8 das remunerações brutas pagas em maio de 2019 (divisão 55 da CAE).

Todas as regiões registaram decréscimos expressivos nos proveitos em maio, com maior enfoque na RA Açores (-99,8% nos proveitos totais e nos de aposento) e na RA Madeira (-99,8% nos proveitos totais e -99,7% nos de aposento).

Em maio, a evolução dos proveitos foi negativa nos três segmentos de alojamento.

Na hotelaria, os proveitos totais e de aposento diminuíram 98,0% e 97,7%, respetivamente (peso de 63,6% e 62,9% no total do alojamento turístico, pela mesma ordem).

Considerando as mesmas variáveis, os estabelecimentos de alojamento local (quotas de 26,8% e 27,6%) apresentaram evoluções de -91,3% em ambas as variáveis, enquanto no turismo no espaço rural e de habitação (representatividade de 9,6% e 9,5%) se observaram evoluções de -89,1% e -87,7%.

No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se em 6,1 euros em maio, o que correspondeu a um decréscimo de 88,2% (-90,4% em abril).

A variação do RevPAR em maio situou-se em -89,8% na hotelaria, -80,4% no alojamento local e -69,1% no turismo no espaço rural e de habitação.

No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 53,6 euros em maio, o que se traduziu num decréscimo de 36,8% (-41,7% em abril).

NOTA:

A informação divulgada pelo INE, respeitante a maio, reflete efeitos da pandemia COVID-19, quer no comportamento da atividade turística, quer na quantidade de informação primária disponível para a compilação dos resultados apresentados. Apelamos à melhor colaboração das empresas, das famílias e das entidades públicas, apesar das dificuldades, na resposta às solicitações do INE. A qualidade das estatísticas oficiais, particularmente a sua capacidade para identificar os impactos da pandemia COVID-19, depende crucialmente dessa colaboração, que o INE antecipadamente agradece.