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VÍTOR NETO: É NECESSÁRIO DEFENDER “A IMPORTÂNCIA DO TURISMO NA ECONOMIA”
AMBITUR


“Agir perante este novo quadro”. Este foi o ponto de partida para Vítor Neto, secretário de Estado do Turismo entre 1995 a 2002, iniciar a sua intervenção sobre o tema “Covid-19 e Turismo: e daqui em diante?”, promovido esta terça-feira pela Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE) e que contou com a intervenção de anteriores secretários de Estado do Turismo.

Imperativo é também pensar no futuro: “Como é que se vai recuperar? Como é que a situação pode e vai evoluir? Com que ritmo e com que consistência?” Apesar da crise e queda abrupta que o turismo tem vindo a sofrer, o responsável considera fundamental “não perder de vista a valorização deste setor para a economia”.

Há um conjunto de “novas certezas” que a crise tem vindo a trazer e que merecem uma reflexão: “a globalização à escala mundial que em poucas semanas esta pandemia adquiriu” e a “diferença de comportamentos nas várias regiões e países”. E, no que concerne às causas, o responsável começa por destacar a “alteração dos comportamentos nas relações internacionais entre os países”, dando como exemplo a “disputa de interesses” entre os Estados Unidos da América e a China. Outro “novo facto” que o antigo secretário de Estado do Turismo realça é o “papel perverso de novas formas de comunicação”, que “globalizam instantaneamente situações que tornam incontornáveis o apuramento de verdades” e que “impedem consensos”. Vítor Neto destaca também a “fragilidade de alguns atores estratégicos na área de intervenção do turismo” que a pandemia trouxe, nomeadamente nas companhias aéreas de bandeira ou low-cost.

Conviver com uma “nova realidade” e saber “enfrentar estas incertezas” com “inteligência” é crucial. Mas também é necessário a “defesa da importância do turismo na economia”, sublinha o responsável, que não tem dúvidas quanto ao valor deste setor, que “está em crescimento contínuo”.

Em Portugal, Vítor Neto considera necessário “consolidar, reforçar e afinar” a estratégia: “Globalmente, temos uma estratégia certa mas temos que a adequar a esta nova realidade”. Portanto, “ter um proposta global com o país” é algo que deve ser implementado, ou seja, “saber apresentar a diversificação dos nossos territórios, produtos e ofertas”, até porque “ir aos Açores ou ao Alentejo é diferente de ir ao Porto”.

No quadro internacional, e embora as perspetivas da Organização Mundial da Saúde (OMS) sejam “duras” e com quebras “muito fortes”, Vítor Neto nota que “não devemos ficar impressionados com os números” mas antes “conscientes” e com “capacidade para trabalhar novos objetivos”.