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ARAC: “A TAXA DE OCUPAÇÃO ATUALMENTE EXISTENTE É A MAIS BAIXA DE QUE HÁ MEMÓRIA”
AMBITUR


A Ambitur.pt continua a abordar as várias associações do setor do turismo no sentido de saber como está a ser retoma da atividade no atual contexto da Covid-19.Em mais uma ronda,Joaquim Robalo de Almeida, secretário-geral da ARAC – Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor, explica que na verdade as empresas de rent-a-car não foram obrigadas a encerrar os seus estabelecimentos durante o período do Estado de Emergência. Mas devido “às medidas fortemente restritivas” no que diz respeito à circulação de veículos ligeiros de passageiros, o facto é que o aluguer de viaturas de passageiros sem condutor ficou muito limitado.

A associação dá conta de que, segundo um inquérito efetuado às suas associadas no passado dia 20 de maio, a taxa de ocupação de viaturas ligeiras de passageiros era, a nível nacional, de 17%, muito longe dos 83% registados em abril e maio de 2019.

“A atividade de rent-a-car foi, sem dúvida, uma das mais afetadas pela crise provocada pela Covid 19, levando as empresas a uma situação económica nunca antes vivida e sem sabermos quendo voltará ao ‘normal’ pois, como é sabido, o rent-a-car depende enormemente do turismo, o qual representa 60% da sua faturação”, refere o dirigente associativo.

Joaquim Robalo de Almeida acrescenta que, neste momento, é muito difícil apresentar previsões pois “sem o transporte aéreo todos os outros elos do turismo”, acabam por ser prejudicados, “pelo que se torna urgente a abertura de fronteiras e a reposição dos voos para que toda a economia ligada ao turismo possa retomar”. Mas tem uma certeza: “2020 será sempre um ano anómalo para a indústria turística e recordado como o ano em que, de uma forma abrupta, foi interrompido o ciclo de crescimento deste importante setor da economia que se previa poder chegar aos dois mil milhões de chegadas de passageiros internacionais a nível mundial”.

A ARAC indica que “a taxa de ocupação atualmente existente é a mais baixa de que há memória”, e só é comparável ao período da revolução de 1974/75. Com o retomar de alguns voos e o estabelecimento de medidas que permitam às pessoas voltar a viajar, a associação estima que, na segunda quinzena de julho e nos meses de agosto e setembro, o setor do rent-a-car possa vir a registar uma taxa de ocupação de cerca de 60%, com uma frota disponível de cerca de 50% daquela que era previsível na época alta em 2020. Exemplificando, o responsável recorda que a atividade de rent-a-var teve, nos meses de julho, agosto e setembro de 2019, taxas de ocupação de 88%, 93% e 78%, respetivamente, com uma frota que atingiu 114.020 viaturas em agosto do ano passado. Já este ano, “o total da frota disponível não deverá exceder as 60.000 viaturas, com uma ocupação de cerca de 60%, o que demonstra de forma clara a crise que este setor está a atravessar”.

Joaquim Robalo de Almeida atenta ainda no facto de que, no que diz respeito às medidas de apoio por parte do Governo, nomeadamente as linhas de crédito, estas “continuam a não ter o reflexo desejado na tesouraria das empresas”. “Entendemos que é essencial e urgente que, com especial destaque para o BCE e a União Europeia, cheguem às empresas, nomeadamente das atividades mais afetadas pela crise da Covid-19, as medidas consideradas necessárias de forma a aumentar a capacidade de financiamento dos países europeus com baixas taxas de juro, bem como ‘fundos perdidos’ a aplicar sobretudo aos países em situação mais débil”, frisa o responsável. Além disso, o programa “Portugal 2030” deverá “ser um programa de mudança sem, no entanto, representar um programa de rutura com o tecido empresarial existente, sendo determinante para o sucesso da década que se iniciou em 2020”, adianta. Por fim, o dirigente da ARAC afirma que apesar de associação se congratular com as medidas do Governo em matéria fiscal e laboral, as mesmas são insuficientes e, muitas vezes, de difícil acesso à maioria das empresas, “contando agora com as medidas constantes do recentemente publicado Programa de Estabilização Económica e Social, mas no qual continuam a não ser contempladas medidas de caracter fiscal apontadas pela ARAC como as que respeitam ao IUC – Imposto Único de Circulação, ao ISV – Imposto Sobre Veículos e ao IVA”.

Medidas de higiene e segurança
Atualmente, o cumprimento das normas de higienização e segurança é ainda mais crucial. E a ARAC lembra que já em março passado difundiu uma Orientação de Higienização, a qual foi desde logo acolhida e divulgasa pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes. Já o selo Clean & Safe do Turismo de Portugal “constitui um garante para os clientes do cumprimento das orientações da DGS” certificando que as mesmas se encontram devidamente higienizadas e cumprem todas as normas de segurança.

Todos os colaboradores das empresas de rent-a-car têm recebido semanalmente, formação via webinars da parte do Turismo de Portugal, explica Joaquim Robalo de Almeida.

“A ARAC e as empresas suas associadas entendem que a segurança dos clientes é muito importante para o setor e para os clientes, nomeadamente para os turistas que nos visitam, que devem encontrar em Portugal um país seguro a todos os níveis e ao qual voltem sempre”, sublinha o responsável.