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ARAC: “AS MEDIDAS INTRODUZIDAS DEVERIAM SER MAIS ROBUSTAS”
Ambitur


Ambitur.pt está a auscultar as várias associações do país no sentido de que partilhem com os nossos leitores a sua visão, mais de 15 dias depois da declaração do Estado de Emergência.

Joaquim Robalo de Almeida, secretário-geral da ARAC– Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor, responde às nossas questões.

Como caracteriza a ARAC, depois de 15 dias da ativação do Estado de Emergência, o estado das empresas vossas associadas?
No que respeita à atividade de rent-a-car, nestas duas últimas semanas, o número de contratos de aluguer celebrados é praticamente nulo, isto é, a paragem é quase total, nomeadamente por parte das empresas a operar exclusivamente na área do turismo, uma vez que não existem voos, nem turistas e o aluguer de automóveis está proibido para as situações que não se enquadrem no quadro estabelecido pelo diploma legal que decretou o Estado de Emergência em Portugal.

A nível do sul do país, as empresas associadas da ARAC reportam paragens na ordem dos 100%, mantendo-se somente alugadas algumas viaturas a empresas que continuam a exercer a sua atividade, bem como algumas viaturas de rent-a-cargo (aluguer de veículos de mercadorias sem condutor).

Quanto ao país em geral, e como já acima referi, mantêm-se apenas os contratos de aluguer celebrados com empresas e entidades públicas e algumas viaturas de substituição.

Em síntese, no seu todo, a atividade de rent-a-car regista taxas de ocupação diminutas pois, como é sabido, o turismo constituía, até princípios do mês passado, a grande fatia do negócio de rent-a-car.

A manter-se esta situação serão certamente muitas as empresas que poderão vir a encerrar brevemente a atividade.

Existe alguma previsão de curto prazo relativamente ao futuro da atividade das mesmas?
Todas as previsões que possam hoje ser feitas para os próximos meses são meramente indicativas e pouco precisas, pois como é sabido quer na atividade de rent-a-car, quer nas outras atividades económicas, mas com especial incidência no turismo, tais previsões são efetuadas diariamente, ou mesmo horariamente – É o que se chama navegação à vista.

O que preocupa mais a associação neste atual momento de gestão de crise?
A ARAC enquanto associação representativa de cerca de 98% da atividade de rent-a-car encontra-se muito preocupada com as empresas que a integram e qual vai ser o seu futuro, nomeadamente a procura diminuta e o impacto desta crise / guerra declarada por um inimigo insidioso, silencioso e letal.

A ARAC tem, junto do Governo e das entidades oficiais, exposto a fragilidade da atividade de rent-a-car neste momento, apresentando propostas e acompanhando as medidas que estão a ser implementadas com vista a poder manter a sobrevivência das empresas.

A par deste trabalho junto do Governo e dos organismos oficiais, a ARAC tem mantido um apoio às empresas suas associadas na divulgação e assessoria de toda a legislação que tem sido publicada diariamente, bem como auxiliado as empresas em todas as tarefas por estas solicitadas.

Com o objetivo de manter e apoiar as empresas suas associadas, a ARAC continua a prestar atendimento presencial na sua sede, embora por imposições legais em horário reduzido, encontrando-se a equipa da ARAC maioritariamente em teletrabalho, com o objetivo de continuar a prestar todos os seus serviços.

Têm sido auscultados pelo Governo e participado no desenhar de soluções já aplicadas?
Sim. A ARAC tem participado, uma vezes diretamente, outras vezes representada pela CTP – Confederação do Turismo de Portugal (fazendo a ARAC parte da Direção), mantendo um papel ativo nas soluções que têm vindo a ser implementadas e com as quais se congratula.

As atuais soluções precisarão de ser reforçadas, e em que altura?
Efetivamente entendemos que as medidas introduzidas deveriam ser mais robustas, nomeadamente no que respeita às linhas de apoio (claramente insuficientes em nosso entendimento e com taxas de juro elevadas) e à fiscalidade, entendendo a ARAC nesta matéria que as dilações/ diferimentos de pagamento dos vários impostos em causa, nomeadamente IRC e IVA, devessem ter prazos maiores e incluir outros impostos como o IUC – Imposto Único de Circulação, cuja dilação/ diferimento de pagamento deveria ser contemplado, o qual seria da mais elementar justiça.

Há números de que se possam falar ao nível do emprego destruído até agora, e naquele que poderá ser o curto prazo?
No que respeita ao emprego, na área do rent-a-car e À semelhança de outras áreas do turismo, um grande número de trabalhadores (cerca de 50% nestes dias) serão colocados em regime de suspensão temporária dos seus contratos de trabalho ao abrigo do recentemente criado regime de “lay-off” temporário, visando as empresas com esta medida reduzir os seus custos no imediato.