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JORNAL DE NEGÓCIOS
Diagnóstico: Portugal cai seis posições
O documento começa por explicar que na última década a produtividade subiu 7%, mas os salários reais diminuirão 3%.
O peso dos salários no PIB desceu de 47,7% em 1999 para 43,5% no seu ponto mais baixo, em 2016, tendo recuperado "apenas ligeiramente" para 44,5% em 2018 (mais uma décima em 2019).
"Isto é, a significativa recuperação do emprego nos últimos anos terá permitido recuperar apenas 1,2 pontos percentuais (dos 4,2 pontos percentuais perdidos) de peso das remunerações no PIB", refere o Executivo.
Além disso, Portugal afastou-se da média europeia, tendo ficado em 2018 mais de 3 pontos percentuais abaixo quer da média da União Europeia quer da média da Zona Euro. Passou da 11ª posição (há duas décadas) para a 17ª.
As previsões
No mesmo documento o Governo explica que as previsões disponíveis para o horizonte 2020-2023 apontam para um aumento nominal da remuneração por trabalhador na ordem dos 3,1% ao ano; inflação de 1,4% e índices de produtividade aparente do trabalho entre 1,3% e 1,6%.
"Se se verificar, como prevê o Governo, a manutenção de uma tendência de crescimento dos salários acima da produtividade e da inflação, a recuperação do peso dos salários no PIB será residual e portanto insuficiente quer para melhorar a distribuição da riqueza produzida em Portugal quer para assegurar uma reaproximação à média europeia".
Além disso, as qualificações estão a desvalorizar: no grupo etário entre os 25 e os 30 anos "a diferença entre os salários dos jovens diplomados e os jovens com o ensino superior é hoje inferior a 50%, cerca de 25 pontos percentuais abaixo do diferencial" de há uma década.
A proposta
O documento anuncia os objetivos de reequilibrar a distribuição da riqueza, aumentar o rendimento disponível, mas também "reforçar a competitividade das empresas e o crescimento da produtividade", contrariar "a degradação da vantagem salarial das qualificações", e convergir com a média da UE "a médio prazo".
Os caminhos apontados ainda são bastante genéricos.
Na área da valorização dos salários, é então referida uma "metodologia de fixação anual de referencial para atualização dos salários, por setor, e tendo em conta a evolução esperada e os ganhos de produtividade e inflação".
dos aumentos que já estão a ser registados no mercado de trabalho. Na altura, esta foi interpretada como a fasquia mínima do Governo para toda a economia.