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SIVA: Posição natural da Volkswagen "é no top 3"
JORNAL DE NEGÓCIOS


A nova liderança “bicéfala” da distribuidora do grupo Volkswagen em Portugal espera que as vendas cresçam cerca de 30% este ano. O lançamento de novos modelos, incluindo elétricos, será a chave. A empresa estima que o mercado nacional estabilize em 2020.

A nova direção da SIVA, repartida por Pedro Almeida e Viktoria Kaufmann, traçou como meta para este ano um crescimento nas vendas de cerca de 30%, apesar de estimar que o mercado automóvel nacional se mantenha nos níveis de 2019. No segmento de elétricos, a SIVA, agora detida pela Porsche Holding Salzburg (PHS), admite que as vendas em Portugal possam atingir os 10 mil veículos, o que corresponderia a um aumento de 45 a 50%. O objetivo da SIVA é alcançar "as 21.500 a 22.500 unidades vendidas", diz ao Negócios Pedro Almeida, indicando que a aposta é no aumento das vendas transversal a todas as marcas representadas.

No ano passado, a distribuidora vendeu 16.883 veículos no conjunto de todas as marcas, uma quebra de 17% face a 2018, ano em que as vendas tinham já recuado 32,5% em relação às 30 mil unidades vendidas em 2017.

Estes decréscimos, explica Pedro Almeida, ficaram a dever-se às restrições de liquidez e à redução das vendas no rent-a-car. "É um segmento com margens menores e que obriga a um elevado nível de ‘working capital’ [fluxo de caixa]. Num contexto de liquidez limitada não fazia sentido investir nele", diz. "E cerca de 80% da redução nas vendas em 2019 foi pela diminuição no rent-a-car."

Este ano a SIVA pretende manter o peso do rent-a-car em "níveis equilibrados". "Teremos uma quota inferior no rent-a-car face à do mercado em geral. Eu diria um valor entre 15% e 20%. E o rent-a-car representa quase 30% das vendas totais no mercado automóvel nacional", salienta.

Volkswagen quer retorno ao pódio em Portugal

Apesar de a SIVA dizer que não tem um objetivo em termos de "ranking", Pedro Almeida considera que a meta anunciada para o médio prazo, de voltar a vender 30 mil veículos, "representa uma determinada quota de mercado e para atingir esse volume, naturalmente, a Volkswagen seria uma das três marcas mais vendidas". "Acho que a posição natural da Volkswagen é estar no top 3", enfatiza. Em 2019, a marca ficou na oitava posição.

Para o crescimento projetado para este ano os novos modelos são fundamentais. "Há novos modelos importantes que vamos lançar em 2020: o [elétrico] ID.3 – não tanto pelo volume mas pelo significado –; e o novo Golf chega em março que será provavelmente o principal ‘motor’ das vendas da marca". Quanto ao ID.3, sendo "o primeiro construído na plataforma desenvolvida exclusivamente para veículos elétricos e o primeiro modelo de volume 100% elétrico produzido pela Volkswagen", as expectativas são "grandes". Pedro Almeida põe a fasquia alta: "O ID é o Carocha dos carros elétricos."

Queremos apresentar as nossas marcas de forma mais agressiva do que nos últimos anos, em que estávamos condicionados financeiramente.VIKTORIA KAUFMANN
CODIRETORA-GERAL DA SIVA

Ainda na Volkswagen, o T-Cross "é um modelo muito importante, bem como o T-Roc". Sobre o SUV produzido na Autoeuropa, Pedro Almeida assinala que "é um modelo muito importante para a Volkswagen em todos os mercados. Obviamente, sendo um carro produzido em Portugal pode e deve tornar-se mais icónico para nós".

Nas outras marcas da SIVA, a Skoda deverá assentar as vendas no Scala, no Kamiq e no novo Octavia, enquanto na Audi os principais modelos serão o A3, o A1 Citycarver, "a gama toda do Q3 e alguns híbridos plug-in".

Recuperar a imagem das marcas

Viktoria Kaufmann aponta como um dos pilares estratégicos para este ano a "reconstrução da imagem das marcas e o investimento em ‘marketing’".

"Vender menos carros e investir menos em comunicação teve impacto na imagem", admite Pedro Almeida. "Queremos apresentar as nossas marcas de forma mais agressiva do que nos últimos anos, em que estávamos condicionados financeiramente", resume Kaufmann.