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Turismo fez subir o custo de vida dos portugueses, salários continuam estagnados
EXPRESSO


Entre 2013 e 2018, o preço das casas cresceu a um ritmo médio acumulado de 32% acima do rendimento de uma família média composta por dois adultos e dois filhos a cargo. Ao nível da União Europeia, pior só a Irlanda, onde a taxa foi de 60%

O boom do turismo teve um impacto significativo no custo de vida dos portugueses nos últimos anos, em particular naqueles que vivem nas grandes cidades. Entre 2013 e 2018, o preço das casas cresceu a um ritmo médio acumulado de 32% acima do rendimento de uma família média composta por dois adultos e dois filhos a cargo. Ao nível da União Europeia, pior só a Irlanda, onde a taxa foi de 60%.

Segundo o “Jornal de Notícias” esta terça-feira, Portugal é barato nas despesas de casa, na restauração e na hotelaria. Ou seja, continua a ser um destino turístico para massas e acessível.

“Portugal ainda é um destino barato, sendo os preços de itens sensíveis para o turismo relativamente acessíveis em comparação com outros destinos europeus - hotéis e restaurantes, em particular”, diz Tiago Borges, especialista da consultora Mercer, em declarações ao jornal.

A tendência é de encarecimento, sendo que a fatura também será suportada pelos portugueses, cujo salário médio está 45% abaixo do rendimento dos europeus.

"Sim, o custo de vida é um elemento que afeta de uma forma transversal diversos tipos de "populações" (locais, turistas, expatriados), sendo que o aumento de preço em determinados itens tem mais impacto num tipo de população do que noutro”, aponta Tiago Borges.

Apesar do custo de vida ter aumentado, os rendimentos dos portugueses continuam estagnados. “Os ordenados não têm acompanhado o custo de vida. Para os funcionários públicos, os salários reais até são hoje inferiores aos auferidos em 2009. A capacidade aquisitiva é, portanto, inferior. Estamos a falar de muita gente”, disse João Loureiro, professor da Faculdade de Economia do Porto (FEP).