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Projeto de arranha-céus para antiga Portugália abre forte polémica
Idealista


Ainda não saiu do papel, mas já está a gerar discórdia. O projeto Portugália Plaza quer dar nova vida aos terrenos do histórico quarteirão da Cervejaria Portugália, na Avenida Almirante Reis,em Lisboa, através da construção de quatro prédios, que deverão trazer 85 novos apartamentos à cidade num investimento que rondará os 40 milhões de euros.Um deles está a gerar controvérsia, nomeadamente a torre com 60 metros de altura espalhados por 16 andares, que terá um impacto visual considerável. O projeto está em consulta pública, mas não está a gerar consensos.

O mega empreendimento será composto por cinco blocos - prevê a construção de quatro prédios novos e a reabilitação antigo edifício da Fábrica da Cerveja e o famoso restaurante. O projeto já tem parecer positivo do departamento de urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa (CML), mas vai estar em consulta pública até 12 de maio, uma vez que a volumetria do novo quarteirão ultrapassará o que é permitido pelo atual Plano Diretor Municipal de Lisboa (PDM).

O projeto prevê a construção de 85 apartamentos, cujas tipologias vão doT0 ao T4, 16 escritórios, espaços de co-work e uma zona comercial. Está ainda contemplada a construção de cinco pisos subterrâneos, bem como a criação de 65 lugares de estacionamento para habitação, 67 para uso comercial e 288 lugares de estacionamento público coberto, segundo as informações avançadas pelo Diário de Notícias.

O investimento de 40 milhões é do Fundo Imobiliário Fechado Sete Colinas, que pertence a um grupo alemão, e é gerido pela SilVip - Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário. Na equação entra ainda a  Essentia, empresa que coordena os projetos do Fundo Sete Colinas.

Altura do arranha-céus no centro da discussão

O projeto de requalificação do quarteirão da Portugália está longe de reunir consensos. O líder do grupo municipal do PSD na Assembleia Municipal de Lisboa, Luís Newton,e o vereador João Pedro Costa estão contra o projeto Portugália Plaza, já a vereadora Teresa Leal Coelho (também do PSD) está a favor.

Luís Newton disse esta quarta-feira (8 de maio de 2019) à agência de notícias que esta se trata de"uma aberração urbanística"com "impacto na qualidade de vida dos que já vivem naquela zona", que está "perfeitamente consolidada", sublinhando também que o projeto viola o Plano Diretor Municipal e o Regulamento Geral das Edificações Urbanas.

Ainda assim, e segundo um comunicado de Teresa Leal Coelho enviado às redações na segunda-feira (6 de maio de 2019), a vereação do PSD na CML estaria de acordo "com este investimento privado, estruturante, (...) recolocando zonas residenciais para o retorno da classe média em pleno centro da cidade".

"Toda esta zona da nossa Lisboa, freguesia de Arroios, é uma das mais antigas urbes de população de classe média e este projeto tem potencial para devolver a cidade aos cidadãos", lia-se na mesma nota.

A posição de Teresa Leal Coelho contrasta, por isso, com a do vereador social-democrata João Pedro Costa, que já veio demarcar-se da posição assumida naquele comunicado, dizendo estar contra o projeto. O social-democrata explicou que é "a favor da construção de mais habitação" na capital "e da construção em altura nas zonas com capacidade para a acolher", referindo que "a Almirante Reis é uma avenida nivelada" e "não há razão que justifique quebrar as regras desta zona".

BE também já se veio manifestar contra o projeto. “Construir um arranha-céus numa zona onde raramente os prédios ultrapassam os quatro pisos criadesordem urbanística , não está previsto em PDM e abre um precedente grave na freguesia de Arroios”, defendeu o partido em declarações ao jornal i.