Notícias



Bruxelas cada vez mais preocupada com mercado residencial em Portugal
Idealista


Esta quinta-feira, 07 de fevereiro de 2019, foium dia de alertas para oimobiliário nacional desde Bruxelas.Pela manhã, a Comissão Europeia (CE) avisouque ospreços das casas devem registar maior moderação em Portugal,a refletir a recuperação gradual na oferta, juntamente com o abrandamento da procura externa. Horas depois, chegou a mensagem de que"éprecisoacompanhar mais de perto” o que está a acontecer no mercado de habitação em Portugal,em particular em Lisboa e Porto.

No âmbito das previsões de inverno (2018-2020), ontem divulgadas pela manhã,Bruxelas destaca que “a recente recuperação na construção residencial” terá contribuído para alguma moderação na inflação dos preços das casas, que terá abrandado para 8,5% no terceiro trimestre de 2018 [em termos homólogos, ou seja, face ao mesmo período do ano anterior], “depois do pico de 12,2% registado no início do ano”.

O documento, apresentado pelo comissário da Economia, Pierre Moscovici, explica assim que umatravagem abrupta na procura de casas - seja provocada por um abrandamento na atividade turística ou por umaquebra na capacidade financeira dos estrangeiros que vêm ao país comprar imobiliário - é um perigoreal para a estabilidade da economia portuguesa e para o sistema financeiro nacional (tal como jáavisou o Banco de Portugalem várias ocasiões nos últimos meses e oFMI).

Reiterando a preocupação que tem vindo a mostrar ao longo dasúltimas avaliações,Bruxelas antecipa que o 'boom'vivido pelo imobiliário nos anos mais recentes em Portugal pode estar perto do fim, frisando que aprodução de casas continua a “recuperar”, mas regista-se um“abrandamento da procura externa”, devido às incertezas que se vivem nos mercados internacionais, nomeadamente o brexit ou a economia chinesa.

Por outro lado,nonono relatório sobre Portugal, divulgado também ontem ao final da tarde, os técnicos da Comissãoevidenciam uma preocupação crescentecom o impacto do encarecimento das casas nos últimos anos, referindo feitos sociais destruidores em curso.

“O aumento nos preços das casas está, em grande medida concentrado nas principais cidades de Lisboa e Porto, onde as atividades do turismo se estão a expandir para as áreas residenciais, com um impacto negativo na habitação a preços acessíveis para os grupos socialmente vulneráveis”, declaram os especialistas.