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Lisboa vai poder receber os maiores aviões do mundo
Jornal de Negocios


O acordo entre o Estado e a ANA prevê que o investimento no Humberto Delgado supere, pelo menos nesta fase, o encargo com o aeroporto do Montijo, não contando com as acessibilidades e as compensações à Força Aérea.

Além do fecho da pista 17/35, que permitirá aumentar o espaço para o parqueamento de aviões, estão previstos investimentos na ampliação de várias áreas do atual aeroporto, desde o check in à recolha de bagagens, das mangas de embarque e desembarque ao processamento de raio-x.

A intenção, sabe o Negócios, é que o atual aeroporto de Lisboa reforce a sua posição de "hub" e nele poderão operar aeronaves como o A380 e o B747, os dois maiores aviões de passageiros do mundo.

O projeto para o Humberto Delgado inclui a ampliação da sua área em 115.500 metros quadrados (m2)– ou seja mais 32% – para um total que supera os 476 mil m2. Haverá também um reforço de 40 balcões de check-in (mais 36%). E está igualmente previsto o aumento da capacidade de processamento de raio-x para 240 passageiros por hora, o que equivale a um acréscimo de 71% face aos números atuais. Também o sistema de bagagens será ampliado dos atuais 4.000 m2 para 5.800 m2, num reforço de 45%. As intervenções passam ainda pela criação de mais 22 posições de estacionamento de aeronaves, o que significa um acréscimo de 31% e haverá mais 23 novas posições de contacto sem embarque/desembarque em autocarro (mangas), o que significa um reforço de 92%, passando-se de 25 para um total de 48. Está também prevista a construção de novas saídas rápidas e a reabilitação e prolongamento de taxiways.

Mas até à concretização do aeroporto do Montijo há várias medidas de curto prazo que estão planeadas para o Humberto Delgado conseguir responder à procura crescente. E daí que o acordo que será agora assinado estabeleça que o investimento nesta infraestrutura irá intensificar-se até à abertura do aeroporto complementar e irá prolongar-se a ritmos muito elevados até 2028. Entre esses investimentos estão as saídas rápidas de pista e as novas posições de estacionamento. Em 2020, também antes do Montijo estar operacional, vão começar a sentir-se os efeitos da ampliação e reestruturação do espaço aéreo que está a ser desenvolvida pela NAV.

O Governo vai também manter em funcionamento nos próximos anos o grupo de trabalho que criou em 2018 e que envolve os principais "stakeholders" do aeroporto da capital.

Pista 17/35 fecha mas não já

No âmbito da negociação com o Estado, a ANA assegurou autorização para o fecho definitivo da pista 17/35 do aeroporto da capital, como pretendia, ainda que não no imediato. A pista, de acordo com a concessionária, é utilizada em menos de 1% dos movimentos no Humberto Delgado e o seu encerramento vai permitir aumentar a capacidade de parqueamento de aviões. Não há contudo uma data para o fecho desta pista. Ao Negócios, o Ministério do Planeamento disse tratar-se de uma decisão estritamente técnica, que depende de um processo a desenvolver pela concessionária junto do regulador.