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TURISMO ENTRE AS ÁREAS QUE MAIS DEVEM SOFRER COM O BREXIT, DIZ ESTUDO DA CIP
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O Turismo e as exportações da indústria automóvel são as duas áreas que mais devem sofrer o impacto do Brexit em Portugal, de acordo com um estudo promovido pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP).

Segundo a Lusa, o estudo, que vai ser divulgado esta quarta-feira, 31 de Outubro, e que foi realizadocom o apoio da Ernst & Young – Augusto Mateus & Associados (EY-AM&A), analisou o impacto da saída do Reino Unido da União Europeia (‘brexit’) em vários produtos e serviços portugueses, que são exportados para aquele país.

“Em 2016, passaram por Portugal cerca de dois milhões de hóspedes britânicos que despenderam mais de 9,5 milhões de noites.De facto, a larga maioria dos turistas europeus que chegaram a Portugal em 2016 eram ingleses, representando 21% dos hóspedes e 28% das dormidas em estabelecimentos hoteleiros, tendo crescido a um ritmo médio anual desde 2010 de cerca de 10%/ano em ambos os casos”, lê-se no documento a que a Lusa teve acesso.

O estudo refere que a “quebra do poder de compra dos ingleses é, por isso, uma ameaça”, uma vez que o mercado britânico tem “contribuído para que o turismo tenha vindo a assumir uma importância crescente, representando, em 2016, 7,1% do VAB [Valor Acrescentado Bruto] total, com uma taxa de variação face ao ano anterior de 9,9%”.

Além do impacto ao nível do mercado britânico, o estudo destaca ainda os serviços de transporte, que se assumem “como grupos em que Portugal apresenta uma especialização das suas exportações quando comparado com o perfil europeu, enquanto os serviços financeiros são os que mais apostam no mercado britânico, sendo este o destino de 41,1% dos movimentos deste grupo”.

A par do Turismo, também os produtos informáticos, electrónicos e ópticos, equipamento eléctrico e veículos automóveis, reboques e semirreboques têm um elevado grau de risco associado ao Brexit, assim como produtos alimentares, bebidas, produtos da indústria do tabaco, produtos têxteis, artigos de vestuário, couro e produtos afins, papel e cartão e seus artigos, produtos farmacêuticos e preparações farmacêuticas de base, artigos de borracha e de matérias plásticas, outros produtos minerais não metálicos, metais de base, produtos metálicos transformados, máquinas e equipamentos e mobiliário.

Quanto às regiões portuguesas que mais devem sofrer com o impacto do Brexit, o estudo aponta, ao nível dos bens, o Alto Minho, Cávado, Ave e Tâmega e Sousa, seguindo-se as regiões de Terras de Trás os Montes, Área Metropolitana do Porto e Beiras e Serra da Estrela, enquanto ao nível dos serviços, as regiões mais afectadas devem ser a Área Metropolitana de Lisboa, Algarve e Madeira, sendo que também a Área Metropolitana do Porto e a Região de Coimbra surgem sinalizadas.

Recorde-se que o Reino Unido vai deixar a União Europeia em Março de 2019, dois anos após o lançamento oficial do processo de saída, e quase três anos após o referendo de 23 de junho de 2016, que viu 52% dos britânicos votarem a favor do ‘Brexit’.