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Carregamentos rápidos de automóveis eléctricos começam a ser pagos. Veja o que precisa de saber
Jornal de Negocios


Os carregamentos rápidos de automóveis eléctricos começam a ser pagos a partir desta quinta-feira, 1 de Novembro.

As despesas têm uma componente decorrente do custo de energia contratualizado com o comercializador de electricidade para a mobilidade eléctrica (CEME) e outra associada à utilização de cada posto, cujas tarifas foram divulgadas no início da semana pela Mobi.e. Os custos totais de um carregamento podem ir de 3,20 euros a 9,88 euros dependendo do CEME com quem tem contrato e do posto que utiliza.

A Associação Utilizadores de Veículos Eléctricos (UVE) calculou os preços de um carregamento rápido consoante os principais operadores de postos de carregamento (OPC). As simulações, que tiveram por base um carregamento de 30 minutos de 15kWh com a tarifa bi-horária (fora de vazio), revelaram uma diferença superior a 6,6 euros no custo do carregamento.

Entre os CEME, tendo em conta as ofertas comerciais, incluindo descontos mediante determinadas condições, a EDP oferece o tarifário mais baixo. Aliás, a EDP e a Galp apresentam campanhas em que disponibilizam 1.500 kWh de carregamentos gratuitos até 30 de Abril.

No que toca aos operadores dos postos, a Prio.e é a mais barata, uma vez que não cobra qualquer valor pela utilização do posto. Estas condições irão vigorar até ao final do ano, começando a empresa a cobrar o uso dos seus postos a partir de Janeiro.



O QUE É PRECISO SABER SOBRE OS CARREGAMENTOS?

O que é preciso para usar os Postos de Carregamento?
Para utilizar os postos de carregamento rápido (PCR) precisa de aderir a uma proposta comercial de um dos quatro Comercializadores de Electricidade para a Mobilidade Eléctrica (CEME). O cartão que lhe é fornecido pode ser usado em qualquer posto de carregamento rápido. Os quatro CEME licenciados são a EDP Comercial, Galp Power, Prio.e e eVaz Energy. Em alguns CEME o cartão é gratuito desde que o utilizador seja cliente de outras propostas comerciais da empresa, já a eVaz Energy, por exemplo, cobra 10 euros pelo cartão.


O que se paga quando se faz um carregamento?
Os custos de realizar um carregamento a partir de 1 de Novembro nos PCR são compostos por duas componentes: o valor que o CEME com que tem contrato cobra pelo custo da energia e o valor que cada operador de posto de carregamento cobra pela utilização. Os operadores de postos podem definir livremente os seus preços que são compostos por três parcelas: um valor fixo inicial ou taxa de activação, um custo por unidade de tempo (em minutos) e um custo por unidade de energia (kWh). Os operadores podem fixar o preço com base em qualquer combinação destas três parcelas. Por exemplo, na tabela já conhecida, a EDP Comercial cobra 0,15 euros de valor fixo inicial, enquanto a GalpGeste e a Galp Power cobram 0,489 euros. Os restantes operadores não cobram a taxa de activação.


E os carregamentos nos postos normais?
Por enquanto, os carregamentos nos postos normais continuam a ser gratuitos. Quando passarem a ser pagos, as regras de funcionamento serão idênticas às dos postos de carregamento rápido. Ou seja, pagará ao CEME com que celebrou contrato o custo da energia e terá de pagar o valor cobrado pelo operador do posto de carregamento pela sua utilização. Ainda assim o pagamento será feito ao CEME e é este que acerta com o OPC (operador de posto de carregamento), o custo pela utilização desse posto. A EDP indica no seu site que é previsível que os carregamentos normais comecem a ser pagos em 2019.


Os postos podem ser usados para carregar qualquer veículo?
Os postos de carregamento rápido da rede Mobi.e apresentam diversos tipos de tomada, permitindo carregar qualquer veículo eléctrico. Os tempos de carregamento poderão, contudo, variar em função das características do carregador "on-board" do veículo. A Mobi.e indica como valor de referência para os postos de carregamento rápido um tempo de 20 a 30 minutos para carregar 80% da capacidade do automóvel "verde". Nos postos de carregamento semi-rápido (22 kWh) será necessária uma hora e nos postos normais são precisas cerca de seis a oito horas para 100% da capacidade.

Quantos postos existem?
A rede da Mobi.e conta actualmente com um total de 536 postos de carregamento, dos quais, segundo indica, 58 são postos de carregamento rápido. No total, de acordo com a entidade gestora da rede de mobilidade eléctrica, o número de pontos de carregamento é superior a 1.250. Em Setembro, fonte oficial do Ministério do Ambiente indicou ao Negócios que a rede de postos seria alargada em mais 100 postos até ao final deste ano, para um total de 634. No primeiro trimestre de 2019 está prevista uma expansão de mais 202 postos de carregamento, para um total de 836. A partir daí, a expansão da rede deverá deixar de depender da iniciativa pública, passando a estar na mão dos privados.