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Aeroporto do Montijo já terá “resvalado para 2023” ou pior, admite presidente da CTP
Turisver


“Hoje a economia portuguesa não é sustentável sem o turismo”, afirmou o presidente da Confederação do Turismo de Portugal, na abertura da 2ª convenção da Go4Travel que decorreu no fim-de-semana em Coimbra. Francisco Calheiros referia-se “aos 11 mil milhões de saldo positivo do turismo” atingidos em 2016 que levaram a que, nesse ano “pela primeira vez, tivéssemos um saldo de balança comercial positivo” e também à contribuição do turismo para a criação de emprego – a actividade turística, disse, “cria 40 a 50 mil postos de trabalho por ano”.

Sobre os resultados do ano turístico, Francisco Calheiros admitiu que “houve de facto um abrandamento este ano” justificando no entanto que “não era possível continuar a crescer como estávamos a crescer”, já que enquanto entre 2002 e 2012 “crescemos 15%”, só de 2012 a 2017, ou seja, nos últimos cinco ano, “crescemos 46%” e um crescimento deste tipo “não é sustentável”.

O presidente da CTP referiu-se ainda à proposta de Orçamento do Estado para 2019 apresentada pelo governo dizendo que as empresas foram esquecidas, quando são estas que criam emprego. Sobre aquilo que mais directamente tem a ver com a actividade turística, citou a dedutibilidade do IVA na actividade de Meeting Industry, medida pela qual a CTP tem pugnado em conjunto com a APAVT, desabafando no entanto que “não estamos numa fase em que isso seja fácil”.

Fácil também não está a ser a resolução dos constrangimentos causados pelo Aeroporto de Lisboa.“O aeroporto esgotou. É a nossa principal prioridade”, considerou Francisco Calheiros, dando conta que, relativamente a este tema “as notícias que temos não são boas”. Confessando-se “muito pessimista” disse que “se tudo tivesse corrido bem teríamos o Montijo a funcionar em 2022. As coisas não correram bem, provavelmente já estamos a resvalar para 2023 e eu penso que as coisas ainda se vão complicar mais”. A propósito, desabafou: “passou-se mais um ano, o acordo com a Força Aérea não está fechado, o impacto na sustentabilidade também não, as contrapartidas camarárias também não, o acordo com a Vinci também não, portanto estou muito pessimista em relação ao aeroporto”.