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Novo sinal de alarme: Áustria reforça fronteira se a Alemanha ativar regressos
Jornal Económico


O governo austríaco afirmou feira que está “disposto a tomar medidas para proteger” as suas fronteiras e não permitir que novos contingentes de imigrantes ou refugiados entrem e permaneçam no seu país. As declarações públicas do chanceler austríaco Sebastian Kurz – que lidera uma coligação da direita com a extrema-direita (a OVP e a FPO) – parecem ir no sentido de estar à espera para ver no que dá, no terreno, o acordo entre o partido de ANgela Merkel e os seus correligionários bávaros da CSU.

A CDU e a CSU admitiram que o acordo – que prevê, entre outras coisas, que os refugiados e imigrantes que cheguem à Alemanha sejam reenviados para os países onde deram entrada no espaço da União Europeia – só será possível se houver acordos posteriores com outros países.

Ainda no âmbito do acordo, Berlim concordou em criar centros de controlo na fronteira entra a Áustria e a Baviera, onde os imigrantes serão bloqueados. O problema é que a Áustria também tem uma palavra a dizer sobre a matéria. “Vamos ser forçados a tomar medidas para evitar desvantagens para a Áustria e para a sua população” se o governo alemão confirma esse compromisso, alertou Viena, em comunicado oficial divulgado pela imprensa.

O comunicado acrescenta que ele o governo está pronto “para tomar medidas para proteger as suas fronteiras no sul”, especialmente com a Itália e a Eslovénia.

Sebastian Kurz disse que poderia implementar disposições semelhantes às que fazem parte do acordo da coligação alemã e enviar para as suas fronteiras meridionais aos requerentes de asilo.

Horst Seehofer, ministro alemão do Interior – que despoletou a crise – disse que o pacto oferece “um novo regime de fronteira” entre a Alemanha e a Áustria, que inclui a criação de “centros de trânsito” a partir dos quais será possível recusar a entrada de requerentes de asilo que já tenham sido registados noutros países da União Europeia.

Horst Seehofer manteve esta terça-feira uma conversa telefónica com Kurz – entre outros responsáveis de outros países, nomeadamente italianos – justamente para chegar a um acordo bilateral sobre o retorno dos refugiados.

O Comunicado de Viena diz ainda que “estamos agora à espera de uma clarificação rápida da posição da Alemanha ao nível federal”. O que pode demorar o seu tempo: o SPD, o outro parceiro da coligação alemã, também tem de dar o seu aval ao acordo conseguido entre a CDU e a CSU.

Aparentemente, esse será o ponto mais fácil: o SPD já disse publicamente que toda a situação só ajuda ao crescimento da extrema-direita (que está no parlamento alemão por via do AfD), pelo que não quererá manter aqui que diz ser “teatro” que não serve senão ao populismo.

“A discussão alemã mostra mais uma vez quão importante é a proteção comum das fronteiras externas da União Europeia”, conclui o governo austríaco.