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Governo e patrões em choque frontal na linha da Beira Alta
Jornal Económico


O projeto de investimento que o atual Governo tem para a rede ferroviária nacional, em particular o projeto de investimento na linha da Beira Alta, entre Aveiro e Vilar Formoso, em direção a Salamanca, Espanha, sofreu esta semana um duro ataque por parte da CIP – Confederação Empresarial de Portugal. Um dos rostos mais visíveis desta contestação é Luís Mira Amaral, presidente do Conselho da Indústria Portuguesa da CIP, que, em entrevista ao Jornal Económico, acusa o atual Governo de “estar apenas a fazer remendos na linha da Beira Alta, que é do tempo de Eça de Queiroz”.

“Sobre o projeto de investimento em linhas ferroviárias, o que o Governo está a fazer é apenas modernizar o que existe. Ou está a fazer novos troços em bitola ibérica, como é o caso do projeto da linha do Sul, entre o porto de Sines e a fronteira com Espanha, no Caia, ou está a pegar numa linha do século passado, como é o caso da modernização da linha da Beira Alta. O que nós consideramos, no Conselho de Indústria da CIP, é que estas linhas antigas, não têm traçados nem pendentes para se transformarem em linhas modernas de mercadorias. É como pegar numa estrada nacional e querer transformá-la numa autoestrada. Estamos a falar de um traçado manhoso, que até é perigoso”, ataca Mira Amaral. Recorde-se que o plano do atual Governo prevê um investimento de cerca de 700 milhões de euros para a modernização da atual linha da Beira Alta, que deverá estar operacional entre 2021 e 2022.