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Vendas de casas ao valor mais elevado desde 2009
Dinheiro Vivo


Foram vendidas, no último ano, 153.292 habitações, o valor mais elevado desde 2009, ano do início da série indica o Instituto Nacional de Estatística, que esta segunda-feira deu a conhecer a publicação ‘Estatísticas da Construção e Habitação 2017’. A comparação com 2016 mostra que foram transacionadas mais 26.186 casas, o que representa um crescimento homólogo de 20,6%. A maioria das vendas – 129.565 – foi de alojamentos já existentes e só 23.727 correspondem a habitações novas. “À semelhança do sucedido nos últimos anos, as transações de alojamentos existentes continuaram a ser determinantes no desempenho do mercado imobiliário nacional”, destaca o INE no estudo, acrescentando que, comparativamente com o ano anterior, a venda de casas existentes cresceu 22,8%, “valor muito acima” daquele que foi observado para as habitações novas que, embora se tinha ficado por um aumento de 9,8% foi, mesmo assim, a “taxa mais elevada da série disponível”, ou seja, desde 2009, refere o INE.

O peso das casas usadas no total das transações imobiliárias fixou-se, em 2017, nos 84,5%, com o Instituto de Estatística a sublinhar: “Se em 2011 quase um terço (31,6%) das vendas de habitações respeitavam a habitações novas, decorridos seis anos essa percentagem ficou-se pelos 15,5%”. Boas notícias é que o licenciamento continua a crescer, bem como as obras concluídas. Dos 14.073 edifícios concluídos o ano passado em Portugal, 71% foram construções novas. A reabilitação também cresceu, mas a um ritmo menor: 4,9%. O peso total da reabilitação no sector recuou 1,4 pontos percentuais para 29,6%. Licenciados fora 18.621 edifícios, mais 9,9% do que em 2016, sendo que a construção nova representou 68% do total. As obras para reabilitação de edifícios, segundo o INE, decresceram 0,6%. Números que Reis Campos, presidente da Confederação Portuguesa da Construção e Imobiliário, contesta. “Há um enorme dinamismo no investimento privado e a construção de habitação aumentou 24,4%, correspondente a 14.120 novos fogos. Não é preciso muito, basta andar por Lisboa e Porto para ver que não falta construção nova nem reabilitação. O problema é que o sector está desregulado. Deixam que a clandestinidade cresça e depois dizem que não há construção”, argumenta o empresário, que reclama sim, mas da falta de obras públicas.



Ao longo do ano foram efetuadas 92 mil avaliações bancárias para concessão de crédito à habitação, mais 27% do que em 2016. Um valor superior aos 20,6% de crescimento no número de transações imobiliárias. “Pelo quarto ano consecutivo, observou-se um aumento do peso relativo do número de avaliações face ao número de transações de habitações excedendo, pela primeira vez desde 2010, os 60% (mais 3 pontos percentuais do que em 2016)”, destaca o INE.



Quanto ao mercado de arrendamento, o valor mediano dos 84.383 novos arrendamentos de alojamento familiar celebrados em 2017 foi de 4,39 euros o metro quadrado no todo nacional. Na Área Metropolitana de Lisboa este valor foi de 6,06 euros por metro quadrado, seguindo-se os 5,15 euros/m2 na Madeira, os 5 euros/m2 no Algarve e os 4,58 euros por metro quadrado na Área Metropolitana do Porto. Lisboa e Porto em conjunto representaram 51% do total de novos contratos de arrendamento no país.