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Lisboa nunca teve tantos turistas e há até quem aponte para o risco de “turismofobia”, mas a grande maioria dos residentes não pensa assim. Um estudo encomendado à Intercampus pela Associação de Turismo de Lisboa (ATL) conclui que os lisboetas têm uma opinião positiva sobre a evolução do turismo na cidade.

Os dados recolhidos mostram que 89% valorizam o turismo em Lisboa, enquanto 69% consideram que a cidade “estaria pior” se não fosse por ele. Entre as principais vantagens, referem o desenvolvimento da economia (71%), o aumento do comércio (30%) e a criação de oportunidades de emprego (14%). Quanto aos residentes no centro histórico, 72% manifesta uma reação positiva quando se fala em turismo (85% para o total de residentes). 

Mais de metade (79%), consideram-no positivo para Lisboa. Mas estes resultados não surpreendem Vitor Costa, diretor-geral da ATL. “Não existe ‘turismofobia”, refere ao Dinheiro Vivo, acrescentando que o estudo mostra que “alguns sentimentos de ‘diabolização’ do turismo estão desfasados com os da população”. “Há um excelente relacionamento dos lisboetas com os visitantes”, diz o responsável. Ao todo, 84% dos residentes disse fazer questão em “ser atencioso e prestável”. Apenas 22% evita frequentar as zonas mais com maior número de turistas. 

O estudo revela ainda que 85% considera que, graças ao turismo, “a cidade tem hoje mais vida”. Por outro lado, também não escondem que trouxe consequências. À exceção de 32% dos inquiridos que não identificam qualquer problema, a maioria refere que o turismo tem agravado a dificuldade em arrendar casa e o custo de vida, assim como o tráfego, a circulação automóvel e o ruído. “Melhorar a vida dos residentes” é a principal sugestão deixada aos governantes, sobretudo por parte dos moradores dos bairros históricos. 

Este estudo foi realizado, entre 16 de abril e 10 de maio, junto de uma amostra de 805 residentes no concelho de Lisboa, com 18 ou mais. Do total, 11,9% tem ocupação ou rendimentos provenientes do turismo.