Notícias



Moody’s: novas tarifas sobre automóveis penaliza toda a cadeia de valor
Jornal Económico


A consultora Moody’s afirma no seu mais recente relatório que a nova tarifa de 25% que os Estados Unidos querem impor à importação de automóveis e peças “impactaria negativamente quase todos os segmentos da indústria automóvel mundial – desde as construtoras até aos fornecedores de peças, passando pelos concessionários de veículos e empresas de transporte”.

O pior dos cenários seria, ou será, vivido pelas construtoras europeias que não tenham fábricas nos Estados Unidos, como a Jaguar Land Rover, o que está em linha com aquilo que Donald Trump disse quando fez saber do novo imposto: “não querem pagar taxas? Construam fábricas nos Estados Unidos”.

“As tarifas sobre veículos importados e peças seriam negativas para quase todos os grupos do setor” num quadro em que são produzidos cerca de 96,7 milhões de veículos por ano, diz Bruce Clark, vice-presidente da Moody’s.

Em termos mais específicos, o relatório chama a atenção para que BMW, Daimler e VW importam mais da metade dos veículos vendidos nos Estados Unidos, mas as importações representam apenas 12% das vendas totais anuais da BMW, cerca de 8% das vendas globais de veículos ligeiros da Daimler e cerca de 3% das vendas do grupo VW.

Por outro lado, as marcas premium dos fabricantes europeus – BMW, Mercedes-Benz da Daimler, Audi e Porsche (Volkswagen), Jaguar, Land Rover, Volvo e Jeep, Maserati e Alfa Romeo – podem estar melhor posicionadas para passar pelo menos parte de qualquer tarifa potencial para novo encargo para os seus clientes, que são menos sensíveis.

Já a Renault só seria afetada indiretamente por quaisquer tarifas através da parceria com a Nissan Motor.

Recorde-se que um dos últimos relatórios da consultora sobre matéria de impostos tinha a ver com o aumento da carga sobre importação de metais, que a Moody’s considerava ser algo que poderia ser um benefício para a indústria dos Estados Unidos.