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Receitas de portagens ultrapassam os mil milhões
Jornal de Negócios


As receitas de portagens no conjunto das auto-estradas portuguesas ultrapassaram os 1. 035 milhões de euros no ano passado. O valor representa um aumento de quase 6% face aos proveitos de 978 milhões de euros registados pelo conjunto das 21 concessões, contabilizadas nas estatísticas divulgadas pela Associação das Sociedades Europeias Concessionárias de Auto-estradas com Portagem (ASECAP), que gerem quase 2.949 quilómetros de vias.

De acordo com dados da associação europeia, desde 2013, quando o número de concessionárias portuguesas incluídas na análise triplicou para as actuais 21 (incluindo auto-estradas com portagem real, ex-Scut e subconcessões), que o montante das receitas geradas pelas portagens tem vindo a aumentar. Nesse ano, os proveitos foram de 812 milhões de euros, em 2014 de 855 milhões e em 2015 de 915 milhões de euros, subindo para os 978 milhões em 2016 e ultrapassando agora a barreira dos mil milhões.

A circulação também tem vindo a aumentar neste período no conjunto das auto-estradas nacionais. Em 2013, o tráfego médio diário apurado era de 13.853 veículos, número que passou para os 14.092 em 2014 e para 15.022 em 2015. Em 2016, circulavam em média nas auto-estradas portuguesas por dia 15.869 veículos e em 2017 esse número aumentou para os 16.861 (dos quais 15.754 ligeiros). Por seu lado, a dimensão da rede de vias pagas pelos automobilistas manteve-se em torno dos 2,9 mil quilómetros.

França com mais receitas

França continua a ser o país onde mais receitas de portagem são geradas, tendo atingido em 2017 os 9.935 milhões de euros. Segue-se a Itália, onde as concessionárias que integram a ASECAP cobraram mais de 5,9 mil milhões de euros e a Alemanha, onde as portagens aplicadas apenas a veículos pesados representaram proveitos de quase 4,7 mil milhões. À frente de Portugal, estão ainda a Áustria, com receitas de 2 mil milhões e Espanha, com mais de 1,8 mil milhões de euros.

A Alemanha é o país com a maior extensão de auto-estradas com portagem, ultrapassando a sua rede os 15.300 quilómetros. Segue-se França que, de acordo com a associação europeia, contabiliza um total de 9.158 quilómetros de vias pagas, acima de Itália e Espanha, com 6.003 e 3.404 quilómetros, respectivamente.

Em termos de receita gerada por veículo, de forma anualizada, a liderança cabe à Alemanha, com 1.894 euros, tendo em conta que contabiliza apenas os veículos pesados. De acordo com as estatísticas da associação europeia, segue-se a França, com uma receita por veículo de 937 euros num ano, e a Itália, com 408 euros. Em Portugal, o valor apurado cruzando a receita com o tráfego é da ordem dos 168 euros, sendo o país ultrapassado também por Espanha e República Checa (neste país também apenas são contabilizados os pesados).

Em termos de receita por quilómetro, o primeiro lugar cabe à Dinamarca, onde são cobradas portagens em duas pontes (na travessia entre o país à Suécia e na ligação este e oeste da Dinamarca), num total de 34 quilómetros, somando mais de 18 milhões de euros por ano. Segue-se o Reino Unido, com 2,3 milhões, e a Holanda, com 1,3 milhões. Em Portugal, a receita por quilómetro de auto-estrada paga é da ordem dos 350 mil euros.

3,7 milhões de identificadores

Portugal está, por outro lado, entre os países com o maior número de identificadores electrónicos para o pagamento de portagens, que no final de 2017 era de quase 3,7 milhões. Apenas Itália, França e Espanha ultrapassam o número de identificadores de Portugal, somando respectivamente 9,6 milhões, 8,4 milhões e quase 4,5 milhões.

De acordo com os dados da ASECAP, em 2016 o número de identificadores electrónicos em Portugal era de 3,4 milhões, sendo que em 2014 chegaram a ser 3,8 milhões.