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Automóveis. Entrada em vigor da nova norma de emissões pode agravar preços de carros novos
Expresso


Com a entrada em vigor em setembro de um novo ciclo de medição das emissões poluentes, ao nível europeu, o mercado automóvel pode vir a sofrer um grande embate financeiro. Em alguns casos, alertam marcas e associações, o aumento no preço final dos automóveis pode chegar aos milhares de euros, conta o “Diário de Notícias” esta segunda-feira.

O novo método de medição - o WLTP (Worldwide harmonized light vehicles test procedure) - entrará em vigor a 1 de setembro e vai conferir valores de consumos e de emissões poluentes mais realistas.

Numa primeira fase, explica o matutino, vai entrar em vigor um ciclo ajustado transitório a que se atribuiu o nome de NEDC2 e, a partir de janeiro, entrará em cena a norma WLTP por inteiro para dados de consumos e emissões mais realistas.

Um dos efeitos colaterais da entrada em vigor do WLTP poderá ser o aumento significativo do preço dos carros novos, atendendo à tabela fiscal do imposto sobre veículos (ISV) com incidência nas componentes de cilindrada e emissões de CO2.

Este cenário problemático deverá manter-se até à entrada em vigor uma nova tabela de ISV ajustada ao novo ciclo de medição. Ou seja, o Orçamento de Estado para 2019 terá obrigatoriamente de promover a neutralidade fiscal - pedido que a Comissão Europeia apresentou aos Estados-membros na transição do anterior ciclo - para que o mercado automóvel se mantenha estável.

“Neste ano temos o NEDC2, ou o chamado ‘correlacionado’, que provocará o aumento médio das emissões de CO2 de cerca de 10%. Depois, em janeiro, a entrada do WLTP trará mais um aumento”, disse Hélder Pedro, secretário-geral da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), em declarações ao matutino.

O agravamento nas emissões ligado às tabelas em vigor pode representar uma subida de “40% ou 50%” no valor do imposto a pagar, sobretudo nos segmentos mais altos, alertou.