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Figo Maduro já está a ser utilizado para fins civis
Jornal de Negocios


O aeródromo militar já está a ser usado para fins civis. A ANA - Aeroportos de Portugal tem utilizado a placa das instalações da Força Aérea para o estacionamento de aviões, avançou Thierry Ligonnière, administrador da concessionária, ao Negócios.

"Actualmente há dois factores limitantes do aeroporto que não estão nas nossas mãos: a capacidade de estacionamento de aviões e a capacidade do espaço aéreo", sublinha o administrador da ANA, sendo que o recurso a Figo Maduro é uma forma de minorar o problema. "Já o estamos a utilizar, com autorização da parte militar" adiantou Thierry Ligonnière, embora esta seja só uma meia solução.

"É preciso o fecho definitivo da pista 17/35 para podermos desenvolver ainda mais opções para a criação de posições de estacionamento de aviões no sul do aeroporto e também para transferir a torre de controlo para a cabeceira da pista 35, uma opção que estamos a considerar em conjunto com a NAV [serviços de navegação aérea]", explica o administrador da gestora aeroportuária detida pela multinacional francesa Vinci.

É preciso o fecho definitivo da pista 17/35 para a criação de posições de estacionamento de aviões. Thierry Ligonnière
Administrador da ANA
"O fecho da pista 17/35 permitiria criar mais 10 posições de estacionamento a sul para aviões de código C [médio curso] e teríamos também uma libertação de espaço para norte que daria para aviões do código E [longo curso]", detalha Thierry Ligonnière.

A pista 17/35 é uma das duas existentes no aeroporto Humberto Delgado, tendo 2.400 metros de comprimento. A outra é a pista
03/21, com 3.805 metros de comprimento.

O encerramento desta pista é vista com reservas pela Associação dos Pilotos Portugueses de Linha Aérea (APPLA). Em causa está o facto de a pista 17/35 ser a mais indicada para aterrar, por razões de segurança, "entre três e quatro meses do ano", devido a ventos fortes que causam "windshear" (rápida variação na direcção e/ou na velocidade do vento), argumentou o presidente da APPLA, Miguel Silveira, à agência Lusa, em Fevereiro do ano passado.

Desde 2014 que a ANA diz ter começado a ter sinais de crescimento rápido do tráfego aéreo em Lisboa, tendo então identificado a possibilidade de aumento de capacidade com o projecto do Montijo.

Portugal dá receita de 760 milhões à ANA

A ANA – Aeroportos de Portugal gerou receitas de quase 761 milhões de euros no ano passado, um valor que representa uma subida de cerca de 15,7% face ao volume de negócios anunciado em 2016. De acordo com o relatório e contas de 2017 do grupo francês Vinci, a Vinci Airports, que detém a gestora dos aeroportos nacionais, obteve em 2017 receitas de 1.409 milhões de euros, sendo que as receitas geradas em Portugal representaram 54% do total. Em 2016, a ANA tinha anunciado um volume de negócios de 657,8 milhões de euros, o que representava uma subida também de 15,7% face a 2015. A Vinci Airports gere 35 aeroportos espalhados pelo mundo. Em 2017 garantiu as concessões dos aeroportos de Kobe (Japão) e Salvador da Bahia (Brasil). Já este ano começou também a gerir o aeroporto de Belgrado (Sérvia). A Vinci venceu o concurso de privatização da ANA em Dezembro de 2012.