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Banco de Portugal vê taxa de desemprego abaixo dos 6% em 2020
Jornal de Negocios


A taxa de desemprego vai chegar a 2020 em 5,6%, antecipa o Banco de Portugal. A concretizar-se, este será o valor mais baixo desde 2002. Mas será também um número que fica abaixo da taxa de desemprego estimada como natural para a economia portuguesa, mostra a investigação do banco central.

Segundo as projecções para a economia nacional no período de 2018 a 2020, publicadas esta quarta-feira, 28 de Março, pelo Banco de Portugal, o mercado de trabalho vai continuar a melhorar nos próximos anos. A taxa de desemprego vai baixar – ainda que a um ritmo mais lento do que o que se verificou em 2017 – e o emprego vai continuar a subir.

A expectativa é que este ano a taxa de desemprego caia para 7,3%, dos 8,9% registados em 2017. Depois, em 2019 já deverá estar em 6,3% e em 2020 nos tais 5,6%.

Esta evolução é explicada, por um lado, por um crescimento constante do PIB em valores que rondam os 2%, e por outro, por um abrandamento para níveis de diminuição do desemprego mais consistentes com a evolução histórica da economia.

Ainda assim, em 2020 ainda não haverá tantas pessoas empregadas como no pré-crise. "No final do horizonte de projecção, o nível médio anual do emprego situar-se-á cerca de 12% acima do mínimo registado em 2013, embora permaneça 1,6% abaixo do nível em 2008", antecipa o Banco de Portugal.

Mais: olhando para o potencial da economia, é possível antever que a taxa de desemprego esteja em 2020 já abaixo do que será estimado como desemprego estrutural em Portugal – isto é, os valores normais de taxa de desemprego que economia tem, mesmo assumindo que está a funcionar com a plenitude dos seus factores de produção.

Ou seja,de 2020 em diante a margem para continuar a verificar melhorias no mercado de trabalho estará mais esgotada, sendo natural uma progressiva inversão do ciclo.


Além disso, o Banco de Portugal projecta um crescimento fraco do produto por trabalhador – grande parte da criação do emprego estará a ser feita à boleia do turismo e da recuperação dos sectores do imobiliário e construção, ricos em mão-de-obra. Por isso, é de esperar que o aumento dos salários reais seja contido até 2020, sendo 2018 o melhor ano, por causa da actualização do salário mínimo.