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Portugal terá mais 115 novos hotéis e investimento imobiliário atingirá novo recorde
Jornal de Negócios


O ano de 2017 foi um bom ano para o sector turístico em Portugal, mantendo-se a evolução positiva desde 2014, diz a consultoraCushman & Wakefield, que relaciona os bons resultados no sector hoteleirocom a ampliação da oferta.

Até 2019, aCushman & Wakefield perspectiva a abertura de 115 unidades hoteleiras com mais de 9.500 novos quartos com 71% dos projectos de categoria 4 e 5 estrelas. Sendo que, em 2018, as regiões de Lisboa e do Porto vão ser as áreas que vão continuar a receber a maioria dos projectos: 60 novas unidades e 5.300 quartos.


O ministro da Economia anunciou no final do ano passado que estavam em construção cerca de 90 hóteis para abrirem no espaço de dois anos em Portugal.

Mas não é somente o sector hoteleiro que tem crescido. Por sua vez, o sector da restauração foi a área mais activa, tendo representado 36% das novas aberturas, num total de 270 unidades. No mesmo sentido, a área da moda também denotou um crescimento significativo, pois foi o segundo sector mais representativo, com 180 novas loja.

A maioria das aberturas de novas lojas aconteceu em centros comerciais, no entanto, segundo a Cushman & Wakefield, o "dinamismo do comércio de rua, que surgiu há poucos anos como um sector renascido, é confirmado pelos dados da procura: ao longo do último ano assinalaram-se na amostra cerca de 300 novas aberturas no formato de rua". Relativamente ao sector de retalho em Portugal, a consultora afirma que "manteve em 2017 o forte crescimento que vinha a registar-se desde 2015". Tendo sido registados o ano passado cerca de 750 novos contratos de retalho no país, a maioria na grande Lisboa.

Segundo o último Marketbeat Portugal 2018 publicadoesta quinta-feira pela Cushman & Wakefield, "o mercado de escritórios da grande Lisboa registou um crescimento de 16% no volume de espaços contratados, com cerca de 167 mil m2 transaccionados".

O mercado residencial em Portugal continua a demonstrar "a forte actividade que se tem vindo a registar desde 2013", salienta a consultora. Ao longo do ano de 2017 registou-se um aumento dos volumes transaccionados e dos valores praticados, este incremento é em parte explicado por compradores estrangeiros que encontram em Portugal um destino que seja merecedor do investimento das suas poupanças. Ao longo de 2017, a Cushman & Wakefield evidencia que tem sido claro " o interesse de vários promotores no desenvolvimento de projectos residenciais de gama média, direccionado para as famílias portuguesas que hoje não conseguem satisfazer as suas necessidades de habitação na cidade de Lisboa, seja por via da compra ou do arrendamento".

Investimento renova recorde

A actividade de investimento manteve-se dinâmica ao longo de 2017,tendo sido fixado um novo recorde em termos de volume, cerca de 2,1 mil milhões de euros de investimento, distribuídos por mais de 60 operações, aponta a Cushman & Wakefield.

Para este valor recorde contribuiu o "capital estrangeiro que continuou a ser o principal impulsionador da actividade, tendo representado 67% do total". Também o sector de escritórios foi a área que conseguiu a maior porção de capital e atingiu novamente um novo máximo histórico de investimento em 2017, recebendo 38% do capital investido, ou seja, 770 milhões de euros.Já os activos de retalho alcançaram um volume de 740 milhões de euros, 36% do total. Os sectores menos convencionais, que começam a surgir como áreas apelativas ao investimento são: Hotéis, Saúde e Educação, o que representou 9% do volume total em imobiliário comercial.

Segundo o comunicado da consultora, em 2018 é esperada uma continuidade da forte actividade, "estando o volume de investimento nos meses de Janeiro e Fevereiro já contabilizado em 800 milhões de euros". Este valor é registado em grande parte por negócios de retalho: a compra por parte da Immochan do portfolio de centros comerciais da Blackstone (Fórum Sintra, Sintra Retail Park e Fórum Montijo) e a aposta da AXA Real Estate no maior centro comercial do país, Dolce Vita Tejo.

Segundo as previsões da Cushman & Wakefield será este o sector que em 2018 captará a maior parcela de investimento, nos entanto, serão os escritórios a atrair um volume muito significativo de capital.

As estimativas da consultora apontampara um volume de transacções que poderá variar entre 3.000e 3.500 milhões de euros, o que a confirmar-se representará um novo recorde.