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Banco Mundial vai deixar de financiar exploração de petróleo e gás
Dinheiro Vivo


Medida entra em vigor daqui a dois anos. Em 2016, os financiamentos à indústria atingiram cerca de 1,6 mil milhões de dólares.

Chefes de Estado e de Governo, como o primeiro-ministro português, além do secretário-geral das Nações Unidas e do presidente do Banco Mundial, participam na Cimeira Um Planeta (One Planet Summit), na capital da França, uma iniciativa do Presidente francês para assinalar os dois anos do Acordo de Paris, firmado em dezembro de 2015. Quando cada vez mais entidades financeiras avançam a vontade de se afastarem do carvão, a forma de energia mais poluente, o Banco Mundial é a primeira instituição bancária multilateral a assumir um compromisso sobre a exploração e produção de petróleo e de gás. No entanto, em algumas “circunstâncias excecionais”, o Banco Mundial poderá continuar a financiar projetos de gás “nos países mais pobres onde há um benefício claro em termos de acesso à energia”, e na condição que não sejam contrários aos compromissos assumidos por estes Estados no âmbito do Acordo de Paris. Em 2016, os financiamentos do Banco Mundial à indústria petrolífera e do gás atingiram cerca de 1,6 mil milhões de dólares (cerca de 1,4 mil milhões de euros), ou seja, menos de 5% da totalidade dos financiamentos atribuídos nesse ano. A partir do próximo ano, a instituição vai publicar todos os anos as emissões de gases com efeito de estufa dos projetos que financia nos setores que mais emitem, como a energia, acrescentou. Pretende também generalizar a contabilização de um preço interno do carbono nos seus investimentos futuros. O Acordo de Paris, que entrou em vigor em novembro de 2016, estipula a redução das emissões de gases com efeito de estufa de modo a tentar limitar a subida da temperatura média do planeta a 2º Celsius. As alterações climáticas estão relacionadas com o aumento da frequência de fenómenos extremos de calor, chuva e frio, levando a secas ou cheias, além do aumento do nível das águas do mar. Para reduzir as emissões, alterando o paradigma económico – para uma economia circular – e apostar na adaptação às mudanças do clima são necessário investimentos muito elevados, uma questão que ainda não está esclarecida entre os países.