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Lisboa, Cascais, Loulé e Lagos são os concelhos mais caros
Expresso


O preço das casas não para de aumentar, e segundo dados divulgados esta semana pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) há 41 municípios que registaram valores de venda de habitação superiores ao valor médio nacional, que no segundo trimestre deste ano se fixou nos €896/m2. Grande parte destes concelhos, e entre eles os quatro mais caros, situa-se no Algarve e na Área Metropolitana de Lisboa.

Segundo o INE e no período anual em análise, compreendido entre o terceiro trimestre de 2016 e o segundo trimestre de 2017, o valor mediano dos preços dos alojamentos familiares vendidos no país registou uma subida homóloga de 6,4%. E, dos 41 concelhos que estão acima do valor atual de €896/m2, Lisboa, como era de esperar, é o mais caro, com €2231/m2, mais 15,1% do que em 2016, quando os preços chegaram aos €1938/m2. Mesmo na capital, a realidade não é toda igual. A freguesia de Santo António, que inclui a Avenida da Liberdade e áreas adjacentes, e a da Misericórdia, que engloba Bairro Alto e Cais do Sodré, atingiram respetivamente €3294/m2 e €3244/m2, com crescimentos homólogos de 46,1% e 38,2%.

Luís Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), não se surpreende com este aumento generalizado dos preços no país e na capital. Comenta que, nomeadamente em Lisboa, “estas são zonas apetecíveis, atraem muitos investidores estrangeiros, e os preços refletem a procura”.

Ainda em Lisboa, as freguesias de Estrela, Belém, Alvalade, Campo de Ourique e São Vicente atingiram taxas de variação homólogas superiores aos 15,1% da cidade.

Algarve acima da média

Para Luís Lima, não se deve desperdiçar o bom momento que a procura apresenta e deve-se tentar canalizá-la também para outras zonas de Lisboa que necessitem de revitalização.

Nos municípios vizinhos da capital de Cascais e Oeiras, os valores atingiram os €1800/m2 e €1481/m2.

Na região do Algarve, todos os municípios, com exceção de Monchique e Alcoutim, registaram preços acima dos €896/m2. Loulé (€1650/m2), Lagos (€1555/m2), Albufeira (€1474/m2), Lagoa (€1389/m2) e Tavira (€1362/m2) estão entre os mais caros. Mais uma vez, o presidente da APEMIP salienta que a sul “se sente também a pressão do turismo e do investimento estrangeiro”. O que se reflete nos preços.

No Norte do país, na Área Metropolitana do Porto, os valores mais elevados foram atingidos nos municípios do litoral, com exceção de Vila Nova de Gaia, e os mais reduzidos no interior sul. Os concelhos do Porto, com €1117/m2, e Matosinhos, com €1035/m2, são os dois mais caros da região.

Ainda com preços maiores do que o valor nacional destacam-se, entre outros, os municípios da Nazaré, Coimbra, Esposende, Évora, Funchal, Ponta do Sol e Porto Santo, os três últimos na Região Autónoma da Madeira, entre outros. Os que registaram preços menores situam-se sobretudo no interior das regiões Norte, Centro e Alentejo.

Para Luís Lima, este “é um momento bom para quem quer vender casa a um preço justo”. E alerta que, se a procura sentir que os preços estão especulativos, irá em busca de outras zonas. Na sua análise de mercado acredita que “os preços vão continuar a subir entre 4% a 5% nos próximos anos”.