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Ministério Público investiga todas as equipas de gestão da PT para a última década
Expresso


O Ministério Público está a investigar as decisões da Portugal Telecom, dos gestores e acionistas, desde meados da década passada até à decisão de venda aos franceses da Altice, por suspeitas de ação danosa

Ao longo da última década não faltaram situações e decisões que pusessem em causa a gestão da Portugal Telecom, a antiga empresa de telecomunicações do Estado que desde 2015 passou a ser detida pela Altice. Houve sempre denúncias de interferências em negócios (como na OPA lançada pela Sonaecom em 2006) e de eventual aproveitamento político de alguns dos rostos mais conhecidos do país (José Sócrates ou Ricardo Salgado).

Esta quarta-feira, o "Público" avança que o Ministério Público está a investigar as antigas equipas gestão da PT, para os últimos dez anos, por suspeitas de movimentos ilícitos.

Fonte oficial da Procuradoria-Geral da República (PGR) confirma ao matutino que o Ministério Público está a investigar as decisões da PT, dos gestores e acionistas, desde meados da década passada até à decisão de venda ao fundo francês Altice, por suspeitas de movimentos ilícitos. (A venda propriamente dita à Altice está fora deste inquérito, confirmou a mesma fonte.)

Ao nível nacional, a gestão da PT aparece interligada com dois dos maiores processos judiciais a decorrer: a Operação Marquês, onde está sob escrutínio o antigo primeiro-ministro José Sócrates, e o GES, relativamente à queda do Banco Espírito Santo. No Brasil, a PT também aparece noutro processo bandeira: o Lava-Jato.

Segundo o “Público”, as detenções de Ricardo Salgado e de José Sócrates em 2014, “assinalaram o fim de um ciclo dominado por uma rede de interajuda (GES-BES-PT) organizada na sombra, de modo a alimentar o poder político e a ser alimentada por ele”.

A destruição da PT foi, então, um dos efeitos colaterais da queda do GES. Neste momento, os investigadores do Ministério Público tentam dar resposta à questão: como é que é possível que a maior empresa nacional, a Portugal Telecom, que chegou a ter excedentes de mais de 3000 milhões de euros, não resistiu, em julho de 2014, à perda de 897 milhões da exposição ao GES.