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Condução autónoma. Governo britânico impõe regras
Observador


Preocupado com a questão da segurança cibernética dos veículos de condução autónoma, o Governo britânico decidiu intervir. Desde logo, impondo exigências aos construtores.

Numa altura em que a segurança dos veículos autónomos, nomeadamente quanto a ataques cibernéticos, está na cabeça de muitos consumidores, o Governo britânico decidiu impor uma série de recomendações que os construtores automóveis deverão seguir, como forma de garantir a segurança dos veículos permanentemente ligados ao meio que os rodeia.

No documento, o Executivo do Reino Unido recorda que os carros “estão cada vez mais vulneráveis aos ataques de hackers e ladrões de dados”, fruto de toda uma série de novas funcionalidades, como é o caso da ligação permanente à internet por Wi-Fi ou das tecnologias de condução autónoma. Razão pela qual é preciso que os fabricantes trabalhem em conjunto com os seus fornecedores, assegurando que a segurança é uma prioridade em todas as etapas da concepção de um automóvel. Nomeadamente, e segundo recomenda o Governo de Theresa May, isolando as diferentes arquitecturas de software uma das outras, para que qualquer interferência, por exemplo, no sistema de infoentretenimento, não afecte os restantes componentes.

Pode ler-se ainda que os diferentes sistemas “devem ser capazes de se defender de quaisquer ataques e responder apropriadamente quando as suas defesas ou sensores falhem”.

Numa época em que o futuro do automóvel parece ser cada vez mais ligado a uma imensa rede online, onde circula a informação que será depois utilizada pelos diferentes veículos na condução autónoma e noutras funções, o Reino Unido exige que os fabricantes garantam a segurança não só dos canais de comunicação e das instalações de armazenamento de dados (com a possibilidade de apagar os dados pessoais, a pedido do consumidor), mas também de “todo o software instalado no automóvel”. Com a “garantia de manutenção e resposta a quaisquer incidentes”, “ao longo de toda a vida do automóvel”.

Os nossos automóveis estão a ficar, a cada dia que passa, mais inteligentes, ao mesmo tempo que a tecnologia de condução autónoma promete revolucionar a forma como viajamos.” Pelo que, embora “os riscos de futuros ataques cibernéticos possam parecer baixos, temos de garantir desde já que o público está protegido”, referiu o ministro dos Transportes do Reino Unido, Lord Callanan.

Já o director executivo da Associação de Construtores e Comerciantes Automóveis do Reino Unido, Mike Hawkes, considerou estas linhas orientadoras “um passo importante, no sentido de garantir que o Reino Unido possa estar entre os primeiros – e mais seguros – mercados internacionais a aproveitar os benefícios desta nova e excitante nova tecnologia”.

Recorde-se que, tanto os fabricantes automóveis como as companhias tecnológicas têm vindo a investir fortemente na condução autónoma. Com protagonistas como a Audi a anunciarem já automóveis como o novo Audi A8, cuja comercialização deverá arrancar ainda este ano, com nível 3 de autonomia. Ou seja, será capaz de se conduzir sozinho, exigindo a intervenção do condutor apenas em situações fora da normalidade e para as quais o carro não está preparado. Fora delas, o condutor, embora tendo de manter-se por detrás do volante, poderá dedicar-se a actividades como a leitura ou a consulta de quaisquer informações que deseje.