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Endividamento da economia portuguesa volta a níveis recorde
Jornal de Noticias


Esta subida resultou do efeito combinado do aumento do endividamento do sector público e das empresas, que elevou a dívida da economia portuguesa (excluindo o sector financeiro) para 723,6 mil milhões de euros.

Trata-se de uma forte subida de 5 mil milhões de euros face a Março, para um valor que supera o anterior recorde, fixado em Fevereiro de 2015 nos 720,4 mil milhões de euros.

Este recorde fixado em Abril surge contra a tendência de desalavancagem da economia portuguesa, que estava a ganhar particular relevo no sector privado, ou seja, entre as empresas e as famílias.

Se em termos nominais o endividamento da economia está em níveis recorde, quando medido o peso no PIB já foi mais elevado no passado. Tendo em conta os dados de Março (último mês com dados do PIB disponíveis), a dívida do sector não financeiro correspondia a 385,3%. Em Março de 2016 situava-se nos 392,6% e no passado já chegou a superar os 400%.

Na nota publicada esta quinta-feira, o Banco de Portugal diz que grande parte da explicação para o aumento do endividamento total está no sector público, sector em quesubiu4,8 mil milhões de euros para 315,9 mil milhões de euros.

Os restantes 200 milhões de euros de aumento dizem respeito ao sector privado, que chegou a Abril com um endividamento de 407,7 mil milhões de euros.

"O acréscimo do endividamento do sector público deveu-se ao aumento do financiamento concedido por todos os sectores financiadores, com excepção das empresas", refere o Banco de Portugal, explicando que "a subida do endividamento do sector privado reflecte o acréscimo do endividamento externo das empresas privadas, parcialmente compensado pelo decréscimo do endividamento destas empresas junto do sector financeiro residente".

Dentro do sector privado, o endividamento das empresas aumentou ligeiramente para 266 mil milhões de euros, sendo que foi nas companhias de maior dimensão que se verificou a maior subida.

Já a dívida dos particulares estagnou nos 141,6 mil milhões de euros, sendo que deste total 102 mil milhões de euros dizem respeito a crédito à habitação.