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Gasóleo já não é o combustível preferido
Observador


Continente há muito fiel ao gasóleo, onde os motores diesel são desde há décadas dominantes, a Europa poderá estar prestes a entrar numa nova era. Pelo menos, é o que afirma um estudo da consultora JATO Dynamics agora divulgado, segundo o qual Abril trouxe uma mudança de mentalidades nos condutores europeus: num mês em que o comércio de automóveis recuou cerca de 7,1%, a venda de carros diesel, no Velho Continente, desceu para mais do dobro, caindo 15%. Queda que acabou também por baixar para 46% a percentagem de viaturas a gasóleo vendidas, as quais deixaram assim de ser dominantes no mercado.

Também no estudo agora apresentado, a consultora recorda que, em Abril de 2016, um em cada dois carros vendidos na Europa elegia este combustível. Algo que já não acontece passado um ano, em Abril de 2017, com o analista para o mercado global da JATO, Felipe Muñoz, a apontar “várias razões” para esta mudança. Entre as quais, e principalmente, o escândalo conhecido como Dieselgate, que “terá sido o ponto de partida para esta alteração de mentalidade”.

Com o surgimento do escândalo, em 2015, os motores diesel sofreram um dos maiores ataques à sua reputação. Ao mesmo tempo, os governos começaram a considerar a hipótese de impor novas limitações, em particular, para os carros a gasóleo – como é o caso, por exemplo, das medidas que o Reino Unido se prepara para aprovar”, afirma o mesmo responsável.

“A par destas iniciativas, os media continuaram a recomendar aos consumidores que, sempre que possível, não comprem carros a gasóleo, o que, conjugado com o impulso que as soluções eléctricas e híbridas têm vindo a receber, já prevalentes em mercados como o britânico, ajuda a compreender a queda da performance comercial dos diesel”, conclui.

Golf de novo líder, Tiguan com a maior subida

A par da queda dos diesel, há outros dados igualmente significativos, em particular para alguns fabricantes, que podem ser retirados do último estudo da JATO Dynamics. Como é o caso, por exemplo, da Volkswagen, marca que, apesar de ter visto o Golf recuperar o primeiro lugar das vendas na UE, também viu as suas vendas caírem 28,1%. Fruto, entre outros, da má prestação do Polo, protagonista de uma queda de 11,4% nas suas vendas. De resto, e também graças ao mau desempenho do Polo, o Renault Clio recuperou o 2º lugar da tabela, mercê de uma queda menor, de apenas 7,1%.

Contudo, nem só de quedas se faz o estudo da JATO, o qual aponta ainda a substancial subida do novo Citrën C3, que ascendeu ao 9.º posto, mercê de um crescimento nas vendas de 48,1%. Registo que, apesar disso, não foi o melhor do mês: tal título pertenceu, sim, ao Volkswagen Tiguan, que, com uma subida de 71,6% nas vendas, ocupa agora o 4º lugar da classificação entre os mais vendidos na Europa.

De notar ainda que, quatro em cada 10 vendas foram de modelos Volkswagen ou PSA. E agora, com menos diesel que gasolina nas contas finais.