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FMI pede à Alemanha para gastar mais
Jornal de Noticias


A Alemanha tem sido alvo de críticas recorrentes de instituições internacionais ou dos parceiros comerciais que acusam o país de não fazer importações e investimentos suficientes para beneficiar os outros países, nomeadamente países europeus.

As margens orçamentais que a Alemanha tem ao seu dispor "devem ser utilizadas para iniciativas que reforcem o potencial de crescimento, como investimentos em infraestruturas físicas e digitais, ajuda à infância, integração de refugiados e alívio da carga fiscal sobre o trabalho", apontou o FMI no relatório regular sobre a economia alemã.

O FMI sugere também uma política que incite os alemães a trabalharem durante mais tempo, o que pode encorajar a população envelhecida a consumir mais em vez de poupar para a reforma.

A Alemanha conseguiu no ano passado um excedente orçamental recorde, de perto de 24 mil milhões de euros, o que corresponde a um excedente de 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto vários países europeus têm problemas com défices.

O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, já apontou a possibilidade de uma redução de impostos, mas só depois das eleições gerais previstas para o outono, caso o partido de Angela Merkel ganhe.

No seu relatório, o FMI preconiza também "um aumento contínuo dos salários e da inflação" no país para "estimular a inflação na zona euro e facilitar a normalização da política monetária".

O Banco Central Europeu (BCE) adotou, nos últimos anos, uma política de apoio à economia da zona euro com taxas de juro em níveis historicamente baixos.

O FMI também reiterou as críticas ao excedente da conta corrente da Alemanha, que em 2016 foi "o mais elevado do mundo em dólares".

Numa entrevista à revista Der Spiegel, Wolfgang Schäuble reconheceu, no fim de semana, que o excedente está "muito elevado", o que relacionou com o euro fraco, uma consequência da política do BCE.