Notícias



SOJERN: AS ALTERAÇÕES DE COMPORTAMENTO NAS VIAGENS EM 2021
AMBITUR


A Sojern e a PlaceIQ voltaram a unir esforços para atualizar o estado da recuperação do setor das viagens e de que forma o comportamento do viajante mudou.

Os dados das reservas de voos revelam uma forte recuperação desde o início do ano. Em junho de 2021, verifica-se que tanto os números dos hotéis como dos voos estão 25% abaixo do “normal” de 2019. E pode concluir-se que a recuperação para as companhias aéreas foi mais acelerada do que estimado, e está a deparar-se com falta de pessoal e cancelamentos de voos por parte de algumas transportadoras.

Pela primeira vez desde a pandemia, os dados da Sojern mostram boas notícias para a recuperação das reservas de voos para algumas regiões do globo, com as Caraíbas e os EUA a ultrapassarem os níveis de 2019 (12% e 7%, respetivamente). Nos EUA, os estados mais remotos continuam a ser os destinos mais populares, nomeadamente, Alasca, Montana, Dakota do Sul e Utah. Na América Latina, embora ainda abaixo dos níveis de 2019, os destinos que se destacam na recuperação de reservas de voos são o México e a Costa Rica.

Na Europa, Médio Oriente e África (EMEA), a recuperação intensificou-se no final de março/início de abril com o progresso da vacinação e o levantamente das restrições. Contudo, as coisas poderão mudar para a região já que a variante Delta está a propagar-se no Reino Unido e em Portugal, obrigando as autoridades a voltarem a confinamentos e a restrições. A região da Ásia Pacífico não viu ainda nenhuma recuperação nas reservas de voos, exceto nas Maldivas, um destino turístico popular. Também o Canadá ainda não recuperou, continuando 70% abaixo dos níveis de 2019.

A Sojern indica ainda que, olhando para os postos de gasolina, a trajetória de crescimento consistente desde abril de 2020 representa a movimentação das pessoas. A atividade foi nula em janeiro e disparou quase 40% em fevereiro. Os hotéis de luxo, uma das categorias mais atingidas, foram os que menos cresceram, provavelmente pela sua proximidade com zonas urbanas que a maioria dos viajantes evitou durante a pandemia. Porém, o luxo revelou uma tendência de subida nos últimos meses sem sinais de parar. Na verdade, diz a Sojern, começou oficialmente o boom de viagens de luxo.

Os hotéis económicos estão agora a 110% dos níveis de reserva de 2019. O tráfego dos aeroportos continua a subir a cerca de 80% do tráfego de 2019. E, diz a Sojern, deve-se quase na sua globalidade a viagens de lazer. Provavelmente as viagens de negócio vão regressar assim que os escritórios reabrirem no segundo semestre do ano.

Muitos viajantes estão a optar por voos domésticos para grandes cidades e daí seguem de carro alugado para zonas rurais. Os dados da PlaceIQ mostram um aumento de 27% na distância percorrida no mesmo dia em que as pessoas aterram.

O comportamento dos viajantes poderá mudar para sempre, para alguns. O que em tempo foram multidões grandes, comprar bilhetes à chegada para uma atração em vez de antecipar a compra online com entrada programada poderá deixar de existir. Os dados da PlaceIQ revelam que os viajantes ainda não voltaram a comportamentos “normais de outros tempos”. Continuam a dar prioridade a ficar em casa ou comer em casa.

Embora alguns viajantes possam regressar a antigos comportamentos, muitos vão adotar um modelo de viagem híbrido. Poderão estar mais focados nos mercados regionais de acesso por automóvel, poderão continuar a escolher zonas remotas em vez de destinos urbanos no futuro estimado. Por isso é prioritário conhecer as preferências dos viajantes e ajustar os alvos das campanhas e a mensagem.