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Os resultados do referendo que se realizou no Reino Unido no passado dia 23 de junho conduziram a uma situação inédita: pela primeira vez, um Estado Membro manifestou a sua vontade de afastar-se do projeto europeu. Desde a sua fundação até aos dias de hoje, a União Europeia tem sido uma instituição caracterizada pela adição constante de novos Membros. Como tal, não existe experiência prévia que permita determinar com rigor o impacto para os restantes Estados Membros decorrente da saída da União Europeia de um Estado com o peso do Reino Unido. Não obstante, é possível antecipar alguns cenários aos quais os operadores turísticos em Portugal deverão estar atentos. O Reino Unido representa um dos mercados emissores de turistas mais relevantes para Portugal. Como é do conhecimento geral, a comunidade britânica tem historicamente uma forte ligação ao país, sobretudo ao Algarve, onde mutos cidadãos provenientes do Reino Unido passam férias periodicamente. Para o setor do rent-a-car naquela região, os turistas britânicos correspondem a uma fatia importantíssima da clientela, sobretudo nos meses de verão, mas também nas épocas de outono e primavera, propícias para a prática de golfe. Considerando os números até agora conhecidos face ao período homólogo do ano passado, regista-se uma ligeira queda nas reservas em relação a 2015. A incerteza sobre situação política e económica do Reino Unido que se vivia antes do referendo, confirmada agora pelo resultado do escrutínio, pode levar a uma redução no número de alugueres, tendo em conta o peso do turismo britânico. No curto prazo, é possível antecipar uma diminuição do poder de compra da generalidade dos cidadãos britânicos. Em primeiro lugar, a desvalorização da libra esterlina em relação ao euro, que tornará Portugal mais caro para o turista britânico. Por outro lado, o previsível aumento de impostos no Reino Unido, já anunciado pelo Governo britânico, poderá conduzir a uma diminuição em termos absolutos dos rendimentos dos cidadãos. No entanto, salientamos que o turismo proveniente do Reino Unido em Portugal, sobretudo no Algarve, antecede a adesão de ambos os Estados à então Comunidade Económica Europeia. Nesse sentido, não se prevê que, no médio e longo prazo, o número de turistas britânico sofra uma redução significativa. Seja qual for o impacto do “Brexit” na liberdade de circulação dos cidadãos britânicos na União Europeia, o qual só será realmente conhecido após a conclusão das negociações de saída, será o mesmo tanto em Portugal como nos restantes Estados Membros, onde se incluem os principais concorrentes de Portugal, e a tradição de décadas de turismo no Algarve não será certamente ignorada pelos britânicos. Lisboa, 27 de Junho de 2016 ARAC Gabinete de Comunicação | ||||||||||